O estudo, que teve como objetivo “fazer um raio-x às organizações portuguesas e às perspetivas de evolução” relativamente ao regulamento geral de proteção de dados (RGPD), em vigor a partir de maio, conclui que “apenas 2,5% dos decisores considera que a sua organização está preparada, enquanto 43%” afirma que a empresa “estará preparada depois de maio de 2018 ou não sabe especificar quando estará conforme com a nova diretiva europeia”.
Elaborado pela consultora IDC, o estudo é apresentado hoje no evento da Microsoft Portugal “Breaking GDPR: Become a master”, que envolve 16 parceiros e decorre em Lisboa.
“As pessoas e as organizações viram-se confrontadas com um novo quadro regulatório europeu sobre a privacidade de dados e este evento propõe-se desconstruir parte da sua complexidade e alguns erros de perceção”, afirmou a diretora-geral da Microsoft Portugal, Paula Panarra, citada em comunicado.
Segundo a responsável, existem três mitos relativamente ao RGPD: que representa um obstáculo ao desenvolvimento económico e ao negócio das empresas, que o seu impacto está circunscrito à área tecnológica ou processual e que o regulamento é um autêntico calvário para implementar.
“É importante compreender que o RGPD é muito positivo na medida em que reforça os direitos individuais dos cidadãos em relação a uma área tão sensível como a privacidade, é uma oportunidade para as empresas porque lhes permite reorganizarem processos e revisitarem a sua política de dados criando condições para extraírem todo o potencial e valor dessa informação, e permite à Europa posicionar-se como um espaço de referência mundial para quem pretende viver e investir num ecossistema seguro em termos de respeito por direitos individuais e por uma forma ética de fazer negócios”, acrescenta a responsável.
De acordo com o estudo, as empresas com mais de 250 pessoas “são as que melhor conhecem o regulamento (mais de 50% dos decisores conhece ‘relativamente bem’ o RGPD)” e “é na área de sistemas de informação e serviços jurídicos que o conhecimento é maior, com cerca de dois terços dos profissionais a responderem que conhecem ‘relativamente bem’ o regulamento”.
Outra das conclusões é de que “apenas um terço dos responsáveis pela área legal dizem fazer parte da equipa de decisão, sendo que quase 50% considera-se apenas como um ‘forte influenciador'”
Mais de metade (52%) dos decisores adianta que “não é claro quais os investimentos e custos necessários para desenvolver um programa que esteja em conformidade com o RGPD”, sendo que dos que sabem qual será o investimento e custo este ano, metade “indica que será superior a 50.000 euros”.
Já nas empresas com mais colaboradores, mais de dois terços (75%) dos decisores afirma que sabem qual será o investimento e custo para este ano e apontam que será acima dos 50.000 euros, enquanto um quarto “admite mesmo que pode exceder os 300.000 euros”.
Sobre os benefícios do regulamento para as empresas, 350 das inquiridas reconheceu que será a “melhoria da segurança e privacidade da informação”, e 278 apontam a “melhoria da gestão da informação”.
Este é o primeiro estudo exaustivo sobre a situação atual e perspetivas de como as organizações portuguesas estão a ver os seus desafios e oportunidades do regulamento geral de proteção de dados.
A sondagem foi realizada entre 03 e 09 de janeiro deste ano, através de inquérito telefónico e Internet, contando com 627 respostas.
As empresas com mais de 250 trabalhadores representaram 60% da amostra, enquanto a administração pública teve um peso de 30%.
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