Numa nota enviada hoje à Lusa, a Polícia de Segurança Pública refere que se juntou àquela plataforma de comparação de produtos bancários para “erradicar burlas online relacionadas com o crédito”, numa parceria que tem como slogan “Não dê crédito ao dinheiro fácil”.

Segundo a PSP, os empréstimos concedidos por entidades não habilitadas publicitadas na internet “não tem validade legal” e “deixam os consumidores desprotegidos face a condições abusivas e a eventuais burlas”.

“Estes esquemas, especialmente vocacionados para atrair pessoas que enfrentam urgências financeiras e não conseguem obter crédito junto de instituições legítimas, poderão ser detetados antecipadamente caso os consumidores conheçam as condições necessárias à celebração deste tipo de empréstimos”, indica aquela força de segurança.

Nesse sentido, sublinha, a PSP e a ComparaJá.pt uniram esforços para assegurar que “as famílias apenas aceitam contratos de crédito lícitos, os quais impossibilitam a cobrança de juros elevados e a imposição de condições abusivas, garantindo ainda a proteção por parte das autoridades competentes em caso de litígio”.

Esta parceria passará, numa primeira fase, por ações informativas direcionadas para os cidadãos nas redes sociais, nomeadamente vídeos com dicas de prevenção e deteção antecipada de potenciais esquemas fraudulentos.

Numa segunda fase, as duas entidades pretendem promover um conjunto de políticas restritivas deste tipo de práticas junto das próprias plataformas digitais, desde sites de classificados a portais de emprego, passando por fóruns até a grupos nas redes sociais, que, involuntariamente, servem de suporte à veiculação destas ofertas ilícitas.

De acordo com o responsável da plataforma de comparação, “existe um vasto número de anúncios espalhados pela internet, dos portais de classificados ao Facebook, nos quais algumas pessoas, em muitos dos casos sob nomes estrangeiros, surgem com discursos persuasivos, afirmando oferecer crédito rápido com taxas de juro muito atrativas”.

Nesse sentido, adiantou, “os consumidores têm de ter especial atenção e cuidado com este tipo de promessas de dinheiro fácil e rápido” e, antes de aceitarem qualquer tipo de proposta de crédito, especialmente por parte de particulares, “é imprescindível confirmarem a validade e legitimidade dos credores e do respetivo contrato do empréstimo”.

Por sua vez, Alexandre Coimbra, da PSP, afirmou que “todos os dias se multiplicam pela internet este tipo de esquemas” e “ só com a consciencialização e envolvimento da sociedade para o tema se poderão erradicar este tipo de fraudes que afetam sobretudo as pessoas que enfrentam uma urgência financeira”.

“Este esforço deve ser feito não só do lado dos cidadãos, mas também pelas plataformas onde são veiculados este tipo de esquemas, as quais deverão adotar políticas rigorosas que restrinjam a publicação de anúncios fraudulentos relacionadas com crédito”, conclui o porta-voz da Polícia de Segurança Pública.

Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2018, no ano passado registaram-se 9.783 crimes participados de burla informática ou nas comunicações, entre os quais crimes relacionados com a falsa concessão de crédito, mais 1.634 do que em 2017, quando existiram 8.149 casos participados.

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