O Telegram tem sido utilizado pelos russos e pelos ucranianos para partilha de informação de forma privada e livre, sem grandes filtros ou censuras. Se informação é poder, esta plataforma tornou-se um "campo de batalha muito importante na guerra da informação", como adiantou o historiador e tradutor da propaganda de guerra russa Ian Garner no The Time.

Já esteve associada a várias ocasiões políticas, e a guerra não é exceção. Usada em 2020 pela oposição de Lukashenko, na Bielorrússia, por grupos pró-democracia, por grupos de teorias da conspiração, e até mesmo para a organização do Black Lives Matter, a plataforma tem sido utilizada atualmente tanto por russos como por ucranianos e permite a partilha de informações sobre inimigos, ajuda de civis, vias de fuga e locais de bombardeamento.

O que torna o Telegram particularmente atrativo, em comparação com o WhatsApp, por exemplo, é permitir grupos ilimitados, comentários facilmente desativáveis e uma liberdade de circulação de informação imensa. Nele podem ser partilhadas imagens explícitas e gráficas de violência que a imprensa não partilha por questões deontológicas, e que as redes sociais também não exibem.

Volodymyr Zelensky é um dos utilizadores do Telegram, usando-o para partilha de vídeos e de informação com os milhões de seguidores que tem de todo o mundo. A sua equipa já estava familiarizada com a plataforma na campanha presidencial de 2019, onde foi utilizada para recrutar e organizar voluntários, e por vezes para até publicar notícias exclusivas. Desde o início da guerra, tem servido diversos fins: desde atualizações, à angariação de fundos e de voluntários.

Além disso, também tem sido usada como forma de "tentar superar a máquina de propaganda russa, alertando as pessoas para narrativas falsas", explicou o The Time. É difícil de perceber quantos russos estão na plataforma à procura de notícias independentes sobre a guerra, e quantos estão à procura de propaganda pró-russa.

O Telegram foi criado em 2013 e é uma das cinco aplicações mais descarregadas do mundo.

*Pesquisa e texto pela jornalista estagiária Raquel Almeida. Edição pelo jornalista Manuel Ribeiro.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.