A WhatsApp está a pedir aos seus utilizadores que atualizem para a versão mais recente da aplicação, lançada esta segunda-feira.
A empresa descobriu uma vulnerabilidade que permitia injectar um 'spyware' [software de espionagem] no telefone dos utilizadores através da função de chamadas da aplicação.
O 'spyware' foi desenvolvido por uma empresa de serviços de informação israelita, o grupo NSO, de acordo com o Financial Times.
O código malicioso era capaz de infetar tanto iPhones como smartphones com sistema operativo Android.
De acordo com a mesma publicação, o 'spyware' conseguia ser transmitido através da realização de chamadas via WhatsApp, mesmo que os utilizadores visados não atendessem as ditas — sendo que estas chamadas não raras vezes desapareciam dos registos.
Adianta o Financial Times, citando fonte próxima do caso, que a WhatsApp ainda está numa fase inicial da investigação, não se conseguindo saber para já quantos utilizadores foram afetados. A empresa informou o Departamento de Justiça norte-americano na semana passada, assim como organizações de defesa dos direitos humanos.
O produto mais conhecido do grupo NSO chama-se Pegasus e é um programa que consegue accionar o microfone e a câmara de um telemóvel, processar emails e mensagens e recolher dados.
No passado, ativistas de direitos humanos no Médio Oriente receberam mensagens de texto via WhatsApp que continham links através dos quais era possível descarregar este Pegasus para os seus dispositivos.
Questionado sobre este caso, o grupo NSO — que desenvolve produtos para agências de serviços secretos — disse estar a investigar o tema.
Ainda de acordo com o Financial Times, este 'spyware' teria como objetivo espiar um advogado britânico (cuja identidade foi mantida em segredo) que auxiliou um grupo de jornalistas mexicanos, assim como dissidentes sauditas a viver no Canadá, e que moveu um processo contra a NSO e os seus métodos de espionagem.
Atualmente a aplicação WhatsApp é utilizada por cerca de 1,5 mil milhões de pessoas em todo o mundo.
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