“No que toca a tratamentos médicos ou dentários, já não há razões para nos limitarmos à zona onde vivemos”, diz Katelyn O’Shaughnessy, empresária do ramo das viagens, em comunicado. Foi essa a razão que a levou a fundar a Doctours em 2017, empresa cujo objetivo passa por providenciar aos seus clientes cuidados médicos de qualidade e acessíveis, fazendo a ponte com os serviços de saúde de vários países.
Na sua plataforma, a Doctours permite aos clientes procurar por instituições médicas de outros países, comparar os custos dos procedimentos e ver os perfis detalhados dos profissionais de saúde. No website, é possível ver qual a diferença entre o preço do tratamento no local escolhido e o seu custo médio nos EUA, sendo que, neste momento, a empresa trabalha com uma rede de serviços que se estende desde o México à Tailândia, passando por países como o Brasil, a Alemanha ou o Dubai.
Feita a escolha, o paciente pode entrar em contacto com os doutores e marcar desde fertilizações in vitro até colocações de próteses valvulares no coração, passando por cirurgias plásticas ou branqueamento de dentes. Assim que o procedimento está marcado, a Doctours cria itinerários de viagem para o destino escolhido, mostrando voos e hotéis para marcar estadia, consoante as necessidades dos pacientes.
Para além destas funcionalidades, O’Shaughnessy garante que a Doctours oferece seguros de saúde em viagem para os seus clientes e que apenas trabalha com profissionais acreditados pela Joint Commission International, um organismo de acreditação de unidades de saúde baseado nos Estados Unidos.
Há cada vez mais norte-americanos a fazer turismo médico, o que não é uma tendência surpreendente, dado que, não dispondo de um serviço nacional de saúde, os EUA são um dos países onde os custos médicos continuam a aumentar. Segundo o TechCrunch, algumas empresas que já providenciam seguros de saúde aos seus funcionários estão a optar por pagar pelos seus cuidados de saúde fora do país.
É para casos como o dos EUA que, segundo O’Shaughnessy, a Doctours trabalha. “Existe um mercado global cada vez mais vantajoso, disponível com profissionais altamente treinados que oferecem soluções de saúde de qualidade com preços acessíveis”, refere.
No mesmo comunicado, O’Shaughnessy explica que, apesar do turismo médico “ser uma solução segura e de relação custo-efeito eficiente, o mercado atual é extremamente fragmentado e difícil de navegar”. A Doctours, defende, “elimina esta fragmentação e permite que toda a gente possa obter acesso a tratamentos médicos e dentários a nível internacional de forma fácil e barata”.
Este é um mercado cada vez mais lucrativo; de acordo com a empresa, o turismo médico está neste momento avaliado em 439 mil milhões de dólares (aproximadamente 397 mil milhões de euros) e a crescer 25% ao ano. Só em 2018, a Doctours diz que teve 14 milhões de pessoas a requerer os seus serviços para procurar cuidados de saúde.
Tal performance já despertou a atenção de vários investidores de peso. A apoiar a Doctours estão figuras como o antigo CEO do grupo Expedia, Erik Blachford, e o multi-milionário texano e CEO da holding Cathexis, William Harrison, entre outros.
Comentários