Ao mesmo tempo que mantém a presença nas redes sociais, em particular no Instagram e Facebook, a Casa da Música vai lançar um blogue, que lhe permitirá partilhar os concertos sem uma compressão de som e imagem que afete a qualidade.

“É evidente que já existem as redes sociais mais tradicionais, mas entendemos que precisávamos de um espaço mais nobre, mais sossegado, menos ruidoso para partilhar o acervo, que é grande já, de concertos”, afirmou à Lusa o diretor artístico da instituição sediada no Porto, António Jorge Pacheco.

No endereço blog.casadamusica.com vão ser divulgados, a partir das 10:00 de hoje, vários vídeos, entre concertos, mensagens de figuras da “Casa” e até um ‘quiz’, culminando com a transmissão da Missa em Si Menor, de Bach, pela Orquestra Barroca, com o Coro e Coro Infantil da Casa da Música, às 22:00.

“Basicamente, quando estiver em 'velocidade-cruzeiro' vamos ter um canal com ‘streaming’ de concertos dos nossos agrupamentos, de uma seleção que estamos a fazer, em diálogo com os respetivos maestros. Vamos ter outra iniciativa que é o que chamamos o ‘Quiz’ do dia, em que os músicos gravam nas suas próprias casas um excerto de uma obra conhecida e as pessoas podem tentar adivinhar qual é a obra”, explicou António Jorge Pacheco, realçando que todos os concertos disponibilizados serão acompanhados pelas respetivas folhas de sala.

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A Casa da Música vai ainda divulgar fotografias dos 15 anos da instituição, “postais musicais” gravados pelos músicos com os seus próprios aparelhos, testemunhos e republicações de material disponibilizado pelo público, usando a ‘hashtag’ #15anoscasadamúsica.

O diretor artístico da Casa da Música recorda que a sala se associou à iniciativa da Organização Europeia de Salas de Concerto (ECHO, na sigla em inglês) e está a divulgar, no Facebook, um concerto por dia de uma das entidades participantes, sempre às 19:00.

A Casa da Música vai ainda promover “concertos virtuais”, que consistem na interpretação de uma peça por cada músico, de forma individual nos locais onde estiverem a cumprir a quarentena, sendo depois montada por técnicos. O primeiro destes concertos está quase terminado.

Adicionalmente, a Casa da Música está a preparar várias listas de reprodução, pedidas a convidados, desde maestros a compositores, para depois partilhar nas redes sociais e fazer com que as pessoas possam “ouvir e conhecer os gostos de cada um”.

Esta programação vai manter-se enquanto estiverem em vigor as medidas de prevenção de contágio da covid-19.

Questionado sobre qual é o cenário com o qual a Casa da Música está a trabalhar, em termos de possibilidade de reabertura, o diretor artístico da instituição remete para as orientações das autoridades de saúde: “O cenário-base com que temos de trabalhar é simples: seguir sempre à risca as indicações das autoridades. Nesta altura não há outra coisa a fazer”.

“Todos nós somos bombardeados por toda a espécie de especialistas e não-especialistas que arriscam palpites e cenários. É uma coisa nova, ninguém conhece muito bem o vírus, se cria imunidade ou não. Acho que Portugal está a ser cauteloso, como deve ser. Nós temos de contribuir também para esse esforço de contenção do vírus. Iremos abrir quando as autoridades disserem que é absolutamente seguro”, afirmou António Jorge Pacheco.

créditos: FERNANDO VELUDO / LUSA

Assim de construiu esta casa

Principais datas do processo de construção e desenvolvimento da Casa da Música:

1997

07 de novembro – É apresentada a candidatura oficial do Porto a Capital Europeia da Cultura em 2001.

1998

28 de maio – Os ministros da Cultura da União Europeia designam o Porto e Roterdão como capitais europeias da Cultura para o ano 2001.A

01 de setembro – O ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, anuncia a construção da Casa da Música, no âmbito da Porto 2001.

31 de dezembro – É constituída a sociedade, de capitais exclusivamente públicos, Porto 2001, S. A..

1999

30 de janeiro – É nomeado Artur Santos Silva para presidir à Porto 2001.

08 de março - É definida a localização num terreno municipal na praça Mouzinho de Albuquerque, e iniciado o processo da construção.

01 de julho – A Comissão Executiva da Porto 2001 adjudica o projeto à proposta encabeçada pelo arquiteto Rem Koolhaas.

23 de novembro - Teresa Lago sucede a Artur Santos Silva à frente da Porto 2001, com o pianista Pedro Burmester na equipa.

2002

27 de junho – Rui Amaral substitui Teresa Lago na Porto 2001, que neste mesmo ano se passa a designar Casa da Música / Porto 2001.

2003

18 de junho – O Jornal de Notícias (JN) publica uma entrevista com Pedro Burmester, na qual o administrador da Porto 2001 afirma que a Câmara Municipal “está mais preocupada com questões (…) que reduzem o Porto a uma aldeia” e desencadeia uma série de reações.

20 de junho – O Conselho de Administração da Casa da Música / Porto 2001 desautoriza Pedro Burmester na sequência da entrevista ao JN.

24 de junho – Pedro Burmester diz que o conflito com a restante administração é insanável.

25 de junho – O Ministério da Cultura demite a administração da Casa da Música em bloco devido a uma “quebra de solidariedade e de confiança” entre os seus membros, e nomeia Manuel Alves Monteiro para a presidência da empresa.

05 de julho – O Ministério da Cultura anuncia que Pedro Burmester vai permanecer ligado ao projeto da Casa da Música enquanto consultor permanente.

2004

12 de fevereiro – A administração da Casa da Música anuncia o fim das obras até dia 30 de novembro.

20 de fevereiro – O inglês Anthony Withworth-Jones é anunciado como diretor artístico da instituição.

15 de março – Pedro Burmester abandona a posição de consultor.

29 de março – Manuel Alves Monteiro anuncia que a abertura da Casa da Música terá lugar no primeiro trimestre de 2005.

20 de julho – O Tribunal de Contas atribui a insuficiente planeamento e à má orçamentação do projeto a derrapagem financeira da Casa da Música / Porto 2001, dos previstos 182,3 milhões para 300,9 milhões de euros.

16 de setembro – Manuel Alves Monteiro demite-se da administração.

17 de setembro – António Fernando Couto dos Santos é eleito novo presidente do Conselho de Administração da Casa da Música, mantendo-se Agostinho Branquinho e Óscar Liberal naquele órgão.

2005

20 de janeiro – O Governo aprova a criação da Fundação Casa da Música, a ser presidida pelo empresário José António Barros.

14 de abril – A Casa da Música inicia oficialmente atividade com concertos de Lou Reed e dos Clã, cujos bilhetes esgotaram em horas depois de postos à venda, um par de semanas antes.

15 de abril – Na inauguração oficial, o Presidente da República, Jorge Sampaio, critica o processo que marcou o nascimento da Casa da Música, considerando-o “nem sempre exemplar”, “rigoroso” ou “transparente”.

Obras de António Pinho Vargas, pelo Remix Ensemble, e de José Júlio Lopes, Nuno Côrte-Real e Tomás Henriques, pela OrquestrUtopica, abrem o programa da inauguração oficial, que se completa com o Concerto Comemorativo, no então Grande Auditório (atual Sala Suggia), com aberturas e árias de António Victorino d'Almeida, Richard Strauss, Carl Maria von Weber, Donizetti, Gounod, Rossini, Mozart, Massenet, Verdi e Tchaikovsky, por Elisabete Matos (soprano), Joyce Didonato (meio-soprano), Charles Castronovo (tenor) e Alastair Miles (baixo), a Orquestra Nacional do Porto (atual Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música) e o maestro Marc Tardue.

07 de novembro – O primeiro-ministro, José Sócrates, anuncia o modelo de fundação para a Casa da Música, com um conselho de administração constituído por sete elementos, sendo quatro em representação dos privados a nomear pelo Conselho de Fundadores e três de nomeação pública, entre os quais José Manuel Dias da Fonseca, que passa a presidir.

2006

28 de janeiro – Nuno Azevedo é nomeado administrador delegado da Casa da Música.

07 de fevereiro – O pianista Pedro Burmester é convidado para diretor artístico da instituição.

2008

21 de fevereiro – É extinta a sociedade Casa da Música / Porto 2001.

23 de junho – António Jorge Pacheco, até então coordenador da programação, é anunciado como sucessor de Pedro Burmester na direção artística, cargo que mantém atualmente.

2010

04 de setembro – A Orquestra Nacional do Porto muda a designação para Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música e estreia-se em Viena, Áustria.

2012

30 de março – O ex-ministro Valente de Oliveira substitui Artur Santos Silva à frente do Conselho de Fundadores.

18 de dezembro – Os administradores da Casa da Música renunciam aos mandatos devido aos cortes anunciados pelo Governo ao financiamento da instituição.

2013

22 de março - O Conselho de Fundadores da Casa da Música escolhe novo Conselho de Administração, que mantém dois administradores do demissionário, Teresa Cupertino de Miranda e Dias da Fonseca.

2015

27 de março – É anunciada a substituição de Dias da Fonseca, ao fim de três mandatos, no Conselho de Administração da Casa da Música, pelo advogado António Lobo Xavier.

15 de abril - O economista e ex-jornalista José Pena do Amaral, até ali vice-presidente, é eleito presidente do Conselho de Administração da Fundação Casa da Música.

2017

05 de maio - O Governo confirma o começo da reposição das verbas a fundações, incluindo a Casa da Música.

2018

21 de abril - José Pena do Amaral é reeleito presidente do Conselho de Administração da fundação para o mandato 2018-2020.

2020

15 de março - Casa da Música encerra portas por prevenção face à pandemia causada pelo coronavírus responsável pela doença covid-19.

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