Um clássico é sempre um clássico. Contudo, ao longo dos anos podem surgir novas formas de olhar para a obra. É assim que agora se lê "Mensagem", de Fernando Pessoa, numa adaptação em banda desenhada.
E é para falar sobre este tema que o É Desta Que Leio Isto recebe Pedro Moura e Susa Monteiro no próximo encontro, marcado para dia 21 de fevereiro, quarta-feira, pelas 21h00.
Mas, antes disso, que se levante a ponta do véu quando à conversa que aí vem. Ao SAPO24, Pedro Moura diz que a possibilidade de adaptar este livro surgiu "através de uma conversa com a editora da Levoir e, sabendo que a poesia do Fernando Pessoa estava 'livre', achámos bem começar pela sua obra mais conhecida e imediata".
A obra está nas livrarias apenas desde final de janeiro, "mas tem havido reações muito positivas e surpreendentes, sobretudo daquelas pessoas que leem não apenas o texto, ou olham para os desenhos, mas compreendem a dança conjunta que a banda desenhada proporciona", explica.
Num mundo cada vez mais tecnológico, Pedro Moura considera que a leitura é "fulcral". "A informação hoje é imediata, variada, e 'fácil', mas a leitura — compreendida como uma tarefa da atenção mais prolongada e a capacidade de concentração nos significados mais profundos e duradouros — é uma cartografia absolutamente necessária para uma boa compreensão do mundo", defende.
Por isso, a adaptação de clássicos em BD pode ser uma forma de trazer leitores para obras que talvez nunca lessem — ou que até podem ser lidos depois, num salto de coragem. "Poderia discorrer horas sobre esse assunto. Um verdadeiro 'clássico' não só aguenta como pede pelo maior número de traduções, adaptações, versões, usos, mas reservará sempre uma surpresa viva quando finalmente é lido diretamente. O trabalho da banda desenhada é o de trazer outra natureza, que revela facetas novas, que permite diálogos inesperados e autorais, interpretações especiais, que pode trazer novas pistas de leitura aos clássicos, tenham ou não sido lidos antes", adianta Pedro Moura.
Quanto à participação no clube, o argumentista diz-se "bastante" entusiasmado e espera "ser surpreendido por perguntas que nos revelem o nosso trabalho de uma forma que não prevíramos, por leitores atentos".
E, do lado do leitor, uma pergunta para Pedro Moura: se pudesse viver dentro de um livro, em qual seria? "Impossível responder. A vida de um leitor é feita sempre dos livros que leu e dos que ainda estão por ler. E a vida é tão diversa que quereremos sempre habitar não um livro, mas uma biblioteca", remata.
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