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Tudo tem uma justificação

Uma crise de meia-idade pode não ser só uma crise de meia idade. Que o diga Joseph. Primeiro, separou-se da mãe do filho. Depois, esta arranjou outro companheiro e formou uma família estável. Agora, os três preparam-se para se mudar para a Austrália e deixá-lo para trás.

Perdido, sem rumo na vida nem objetivos, o ponto alto do seu dia é também aquele em que bate no fundo do poço: a altura em que o excesso de álcool no sangue o deixa dormente e faz com que não se lembre do quão falhada a sua vida é. Mas não é só a relação falhada e a mudança do filho que influenciam Joseph. E é numa jornada em busca de respostas, quando decide voltar à cidade onde nasceu, na Irlanda.

Lá, vai enfrentar alguns fantasmas do passado, que deram origem a vários traumas. Reata a relação com a sua irmã, recorda os tempos em que os dois viveram num orfanato e, ponto a ponto, vai desconstruindo os acontecimentos da sua vida que o tornaram na pessoa que é hoje. É na mini-série “The Virtues” que Stephen Graham dá vida a esta personagem principal, numa espécie de montanha russa emocional que começa no pico da instabilidade emocional de Joseph. Não te posso contar muito sobre a história porque a magia é a descoberta, mas posso garantir que, do enredo à beleza da imagem, vale muito a pena.

Criada por Shane Meadows (que também nos deu “This Is England”), estreou há dois anos em Inglaterra e chegou agora a Portugal. Apesar de não estar em destaque numa das plataformas principais, é uma visualização obrigatória para quem gosta de séries e filmes melancólicos. Está disponível na FilmIn e tem apenas 4 episódios. Ainda assim, a intensidade da série faz com que se torne mais pesada e difícil de digerir. Esta não é uma série de domingo à tarde para se ver enquanto se faz scroll no Instagram

  • Um cast minimalista: Uma série tão intensa só precisa de seis personagens para nos fazer passar por um turbilhão de emoções, que vivemos como se de episódios da nossa vida se tratassem.
  • A magia do silêncio: Mais do que de diálogos bem trabalhados, a série está cheia de silêncios na altura certa, que nos remetem para momentos de introspeção, de tristeza e para gritos (silenciosos) de ajuda.

Entre Bong Joon-Ho e a adaptação na Netflix

Ainda antes do sucesso de “Parasitas”, o realizador sul-coreano Bong Joon-Ho já fazia obras de arte que merecem destaque. Entre “Mother” e “Okja” lançou o primeiro título em parceria com Hollywood. “Snowpiercer” começou em formato de livro e, passinho a passinho, chegou à Netflix e já teve direito a adaptações em vários formatos. Quer não conheças a história, quer sejas um fã curioso, vou contar-te algumas curiosidades sobre esta projeção de um futuro apocalíptico.

Tudo começou com uma banda desenhada francesa da autoria de Jacques Lob e Jean-Marc Rochette. O primeiro capítulo foi publicado em 1982, e já na altura projetava um futuro pós-apocalíptico dominado pela tecnologia.

A primeira adaptação foi feita por Bong Joon-Ho em 2013, em português ganhou o título de “O Expresso do Amanhã” e tinha como ator principal Chris Evans. Se ficaste curioso, vê o trailer e depois dá uma oportunidade ao filme, que está disponível na FilmIn.

Ainda que, a meu ver, o filme seja melhor, não chega a ser perfeito. Se já viste e não apanhaste nenhuma falha, tens de dar uma vista de olhos no episódio de CinemaSins sobre a obra.

Diferentes adaptações significam diferentes interpretações. Ainda que o conceito seja muito semelhante, há detalhes que foram alterados quer do original para o filme, quer do filme para a série.

O conceito de Snowpiercer é fácil de perceber e transversal às adaptações: num futuro apocalíptico, num planeta que está congelado pelas alterações climáticas, para salvar a humanidade é criado um comboio de centenas de carruagens (um número que altera de história para história). Numa viagem infinita por todo o planeta, embarcam pessoas de todas as classes, mas que não se misturam. Uns vivem no privilégio das primeiras carruagens e outros lutam para sobreviver na cauda. Intrigado? Descobre mais aqui.

O filme distópico foi considerado um dos melhores de 2014. Vê aqui algumas das críticas que aclamaram o trabalho de Bong John-Hoo.

A adaptação para série ficou a cargo da Netflix e da TNT, ganhou há uns dias a sua segunda temporada e está (à data de publicação desta newsletter) no top de conteúdos mais vistos da plataforma. Mas não fica por aqui. A terceira temporada também já foi confirmada.

O tesouro debaixo de terra

Na minha última sugestão, vou falar-te de… escavações. Não, não me enganei na newsletter, ainda estás a ler o Acho Que Vais Gostar Disto. E é por isso que não podia terminar esta edição sem te recomendar um filme que é muito mais do que a sua premissa.

Chama-se “The Dig”, ou, numa tradução para português, “A Grande Escavação” e, como o título indica, conta-nos a história de quem tinha a paixão por fazer buracos na terra e dominar os solos. Basil Brown é um arqueólogo contratado pela viúva Edith Pretty, proprietária de um terreno cheio de montes, onde desconfia que estejam escondidas algumas preciosidades.

A intuição de Edith não está errada. Ao longo do filme de quase duas horas, realizado por  Simon Stone, vamos acompanhar o trabalho das escavações de Basil, dos contratempos à descoberta de uma herança histórica que atravessou várias gerações: um navio anglo-saxónico de 27 metros, que estava enterrado no local. Mas o enredo principal ganha variantes transversais, que vão tornar o processo ainda mais intenso e simbólico.

Para além de tudo isto acontecer num cenário pré-Segunda Guerra Mundial (o filme termina com a declaração do estado de guerra), a escavação desperta o interesse de várias entidades que não estão assim tão preocupadas com a sua preservação e Edith, a quem compete tomar várias decisões, luta contra uma doença que a enfraquece de dia para dia enquanto ainda tem de cuidar do seu filho.

Mas esta não é só uma história de ficção. “The Dig” é um filme inspirado no livro homónimo de Jonh Preston e em acontecimentos reais, recriando a escavação arqueológica de Sutton Hoo, em Inglaterra. Mais do que uma história intrigante (não nos podemos esquecer de que o enredo principal continua a ser uma escavação), é uma homenagem ao contributo de Basil Brown.

  • Um pouco mais sobre a história real: Se quiseres descobrir ao detalhe quem foi Basil Brown, a BBC preparou um artigo que te explica a importância do arqueólogo e que te conta alguns dos seus contributos.
  •  Onde ver: O filme estreou nos últimos dias na Netflix e já está no top de mais vistos da plataforma. Espreita aqui o trailer.

Créditos Finais

  • Da Netflix para a “Broadway”: O fenómeno “Bridgerton” fez sucesso em todo o mundo. Entre os muitos fãs, destacaram-se Abigail Barlow e Emily Bear, duas amigas que decidiram fazer uma adaptação para o formato de musical no TikTok. Curioso? Todos os “episódios” estão disponíveis na conta de Abigail e eu juro que esta é uma ideia com potencial. Ora .
  • Ninguém resiste a pandas fofinhos: Toda a gente sabe que o ingrediente perfeito para os likes são animais. Um dos mais recentes vídeos virais nesta temática foi publicado pelo National Zoo, o Parque Zoológico de Washington, e tem como protagonistas Mei Xiang e Tian Tian, dois pandas chineses que deslizam pela neve. Ainda não viste? Espreita aqui.
  • A estreia da semana: Se estás atento ao mundo das séries e filmes sabes que um dos títulos mais esperados da Netflix é “Malcom & Marie”. Felizmente, já não precisas de esperar muito porque chega à plataforma de streaming já na sexta-feira, 5 de fevereiro. Espreita aqui o trailer.

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