A história foi criada à volta de uma personagem que acorda amnésica devido a um evento traumático, que faz com que não se lembre do que lhe aconteceu no último ano, “o que se enquadrava bem” numa funcionalidade que existe hoje em dia no ‘instagram’, chamada ‘instagram stories’, e que consiste em conteúdos que são publicados nessa rede social e que, ao fim de 24 horas, desaparecem, explicou à Lusa Nuno Bernardo, da beActive.
“Para nós tem muito a ver com essa lógica da amnésia, de pequenas partes da nossa memória poderem aparecer e desaparecer. Então esta história vai ser contada usando essa funcionalidade, onde fomos recriando o último ano desta personagem, aquilo que ela não se lembra, com estes pequenos fragmentos que ela vai recordando e vão aparecendo no ‘instagram stories’”, afirmou.
Trata-se de um 'thriller' policial que conta a história de Joana Almeida (Ana Vilela da Costa), uma jovem 'blogger' de sucesso, que na manhã da publicação do seu primeiro romance enquanto autora, acorda com o seu namorado, Carlos (Nuno Janeiro), morto ao seu lado.
Os 12 episódios da série vão acompanhar a luta da protagonista para provar a sua inocência, o que vai ser difícil porque sofre de amnésia traumática e não se lembra do que aconteceu no último ano.
Para tal apenas pode contar com os inspetores Ângela (Alda Gomes) e Leonel (Marco Costa) e uma misteriosa conta de instagram que diariamente vai publicando fotos, vídeos e gravações que permitem reconstituir o passado da relação entre os dois.
Este projeto nasceu de um desafio que a RTP lançou no ano passado, no sentido de desenvolver conteúdos para a RTP Lab, um espaço que pretende ser inovador e convidar produtoras nacionais a desenvolver novos formatos que não o típico formato de televisão, quer a nível de linguagem, de montagem ou de duração da série, com o objetivo de experimentar novas linguagens e novas formas de contar histórias nas plataformas digitais.
Um dos desafios, segundo Nuno Bernardo, foi o formato do instagram, que normalmente é ao alto, ao contrário do formato ao baixo da televisão ou cinema.
“Isto obriga-nos a, por um lado, enquadrar e contar a história de maneira diferente, e, por outro lado, ter atenção à montagem, ao ritmo, ao enquadramento, como uma forma de usar uma linguagem que é comum na comunicação de jovens e adultos hoje em dia, como forma de contar uma história ficcional”, contou.
Escrita por Nuno Bernardo e Patrícia Brásia, a série é realizada também por Nuno Bernardo.
O responsável adiantou que o orçamento para esta produção foi “muito baixo”, embora não tenha adiantado valores, tendo sido quase exclusivamente para pagar aos atores.
Esta série foi escolhida pela The WIT para o painel “Fresh TV Around the World” onde são apresentados os melhores programas de ficção produzidos no último ano.
Este é o painel mais concorrido do MIPCOM, que decorreu em Cannes, entre 16 e 19 de outubro, e que junta no Grande Auditório mais de 2000 participantes, entre representantes de canais internacionais, produtores e distribuidores de televisão.
“Amnésia” estreia-se no dia 30 de outubro, na RTP Play, no Youtube e no Instagram.
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