“As populações de espécies de água doce já diminuíram 84% em média desde 1970, sendo a degradação dos rios a principal causa desse declínio. Como fonte crítica de alimentos para centenas de milhões de pessoas, precisamos de inverter essa tendência”, adiantou Ian Harrison, especialista em recursos hídricos da Northern Arizona University (NAU), nos Estados Unidos.

Esta nova investigação, publicada hoje na revista científica Sustainability, juntou diversos especialistas de universidades e de outras organizações como a WWF (World Wide Fund for Nature, que nos Estados Unidos e no Canadá mantém a sua antiga designação World Wildlife Fund), a Conservation International e a The Nature Conservancy, que analisaram diversos estudos, com o objetivo de definir um roteiro para a proteção dos rios dirigido aos decisores das políticas ambientais.

Segundo estes investigadores, não existe uma estrutura a nível global focada especificamente na proteção de rios e a proteção dos ecossistemas de água doce do planeta tem recebido menos atenção e financiamento do que esforços de preservação dos sistemas marinhos e terrestres.

“Os rios de fluxo livre e outros ecossistemas de água doce sustentam a biodiversidade, mas também a cadeia de abastecimento de alimentos, de água potável, as economias e as culturas para muitos de milhões de pessoas no mundo. A sua proteção é crítica para sustentar esses valores “, alertou Jonathan Higgins, consultor da organização The Nature Conservancy.

Os dados científicos comprovam a importância dos rios também na capacidade que apresentam de manter as populações de peixes migratórios, de conservar os deltas que congregam cerca de 500 milhões de pessoas e os terrenos agrícolas altamente produtivos, o que exige uma estratégia de conservação e gestão das bacias hidrográficas.

Para Danielle Perry, geógrafa e professora na NAU, estes ecossistemas estão entre os menos estudados e protegidos do mundo e correm o risco de continuar a sofrer uma degradação grave por uma série de ameaças, incluindo construção de barragens mal posicionadas, a pesca excessiva, a extração excessiva de água e a poluição.

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