A iniciativa marca também o encerramento do projeto de educação para a cidadania “Vozes Contra a Violência, que envolveu 200 ações em cerca de 80 escolas, sensibilizando mais de 5.000 crianças e jovens, com idades entre os seis e os 25 anos, para serem “vozes ativas contra a violência”.
“Se este sábado, em algum ponto do país, ouvir o grito ‘junta a tua voz por um mundo sem violência’ saiba que essas vozes pertencem às Guias de Portugal”, adianta em comunicado a AGP, que assinala também com esta ação o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres (25 de novembro).
O projeto integra um programa mais vasto lançado em 2011 pela Associação Mundial das Guias, em parceria com ONU, designado ‘Vamos pôr fim à violência defendendo os direitos das raparigas’, que será executado até 2020 junto de mais de cinco milhões de crianças e jovens de todo o mundo.
Em Portugal, a iniciativa começou em 2016 em cerca de 50 localidades e abrangendo cerca de duas mil guias. “Face à ótima recetividade e aos bons resultados alcançados junto das guias participantes e respetivas famílias”, a AGP alargou o projeto às escolas.
As estimativas apontam que sete em cada dez raparigas em todo o mundo experienciam algum tipo de violência ao longo da sua vida e assume muitas formas, incluindo a violência no namoro, o bullying, entre outras. O projeto assenta num ‘kit’ de atividades e recursos desenvolvidos para crianças a partir dos seis anos.
“Naturalmente que nessas idades os temas abordados prendem-se sobretudo com o respeito pela diferença, o direito a expressar-se e a resolução de conflitos, abordados numa perspetiva muito lúdica, mas acreditamos que esta sensibilização preparatória é essencial para que estas crianças cresçam mais atentas, mais justas e mais esclarecidas”, afirma a presidente da APG, Sara Nobre.
Para avaliar o impacto das ações realizadas, a AGP realizou junto de mais de 500 guias questionários antes e depois da aplicação do projeto, tendo percebido que é nas “idades mais jovens [5 aos 11 anos] que alguns preconceitos podem ser mais facilmente desconstruídos.
“Por exemplo, quando perguntado se a realização de algumas atividades – limpar a casa ou ter cabelo curto - era exclusiva de algum sexo, os questionários prévios à implementação do projeto evidenciam alguns preconceitos que foram esclarecidos através das atividades realizadas”, diz Sara Nobre
Na faixa etária dos 12 aos 25 anos, o maior impacto manifestou-se ao nível da prevenção efetiva, com as jovens a manifestarem-se “muito melhor preparadas” para saberem atuar numa situação em que são testemunhas ou vítimas de discriminação de género e violência.
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