Nesta 17ª e última etapa, o avião foi pilotado pelo suíço Bertrand Piccard. "Lancei o projeto @solarimpulse em 2003 para transmitir a mensagem de que as tecnologias limpas podem conseguir o impossível", disse Piccard numa publicação no Twitter. Na mesma rede social anunciou o fim da viagem. "Aterrámos com sucesso em Abu Dhabi, provando que o futuro é limpo", pode ler-se na publicação.
#Si2 & @bertrandpiccard successfully landed in Abu Dhabi, proving #futureisclean pic.twitter.com/KBvlnwi4Mh
— SOLAR IMPULSE (@solarimpulse) 26 de julho de 2016
BREAKING: we flew 40'000km without fuel. It's a first for energy, take it further! #futureisclean pic.twitter.com/JCvKTDBVZx
— SOLAR IMPULSE (@solarimpulse) 26 de julho de 2016
O outro piloto, o também suíço André Borschberg, destacou no Twitter que o Solar Impulse II "é ao mesmo tempo o primeiro avião com resistência ilimitada e a única aeronave experimental autorizada a sobrevoar as cidades".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou sua "profunda admiração" por esta iniciativa.
"É um dia histórico não só para vocês, mas também para a humanidade", acrescentou o responsável numa conversa com Piccard transmitida ao vivo antes da conclusão da viagem.
No domingo, entre aplausos e gritos de apoio da equipa de terra, o avião descolou do aeroporto do Cairo com destino a Abu Dhabi, de onde partiu no dia 9 de março de 2015 para iniciar a volta ao mundo.
"É um projeto para a energia e para um mundo melhor", afirmou Piccard, de 58 anos, antes da descolagem, acrescentando que a viagem seria "difícil".
"É uma região muito, muito quente (...). O voo será esgotante", advertiu.
Com um peso de uma tonelada e meia, tão largo quanto um Boeing 747, o Solar Impulse II voa graças a baterias que armazenam a energia solar captada por 17.000 células fotovoltaicas nas suas asas.
Em geral, o avião voa a um velocidade de cerca de 50 km/h, que pode ser duplicada quando está plenamente exposto ao sol.
O Solar Impulse 2 devia ter saído do Egito na semana passada, mas a partida foi adiada por causa dos fortes ventos e porque um dos pilotos adoeceu.
O avião solar chegou ao Cairo a 13 de julho, depois de descolar de Sevilha (sul da Espanha), trajeto de 3.745 km, concluído em 48 horas e 50 minutos.
Altas temperaturas
Desde o início da aventura, André Borschberg e Bertrand Piccard revezam-se para pilotar o avião.
"Estávamos um pouco ansiosos com a questão das condições meteorológicas, principalmente por causa das temperaturas nesta região do mundo, próximas aos limites que estabelecemos para o avião", explicou Borschberg a partir do centro de controlo do Solar Impulse II, em Mónaco, mostrando-se, porém, positivo.
"Mas estamos bastante confiantes, as coisas devem sair bem", acrescentou.
Piccard atravessou duas vezes o Atlântico num balão, e seu pai fê-lo num submarino.
O piloto pertence a uma família de cientistas e inventores. O seu avô Auguste Piccard inspirou o ilustrador belga Hergé a criar o personagem do professor Girassol na série de banda desenhada Aventuras de Tintim.
Depois de descolar de Abu Dhabi, o Solar Impulse II fez escalas em Mascate (Omã), Ahmedabad e Varanasi (Índia), Mandalay (Mianmar), Chongqing e Nanjing (China), e depois Nagoya (Japão).
Após cruzar o Pacífico e fazer uma escala técnica imprevista de vários meses no Havaí, a aeronave continuou o seu voo pelos Estados Unidos, passando por São Francisco, Phoenix, Tulsa, Dayton, Lehigh Valley e Nova Iorque.
A travessia do Pacífico, em duas etapas, era a parte mais perigosa da volta ao mundo, devido à grande distância entre os pontos de aterragem em caso de problemas.
Na primeira parte desta grande travessia oceânica, entre Nagoya e Havaí, Borschberg percorreu 8.924 km durante cinco dias e cinco noites.
Comentários