Nesta 17ª e última etapa, o avião foi pilotado pelo suíço Bertrand Piccard. "Lancei o projeto @solarimpulse em 2003 para transmitir a mensagem de que as tecnologias limpas podem conseguir o impossível", disse Piccard numa publicação no Twitter. Na mesma rede social anunciou o fim da viagem. "Aterrámos com sucesso em Abu Dhabi, provando que o futuro é limpo", pode ler-se na publicação.

O outro piloto, o também suíço André Borschberg, destacou no Twitter que o Solar Impulse II "é ao mesmo tempo o primeiro avião com resistência ilimitada e a única aeronave experimental autorizada a sobrevoar as cidades".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou sua "profunda admiração" por esta iniciativa.

"É um dia histórico não só para vocês, mas também para a humanidade", acrescentou o responsável numa conversa com Piccard transmitida ao vivo antes da conclusão da viagem.

No domingo, entre aplausos e gritos de apoio da equipa de terra, o avião descolou do aeroporto do Cairo com destino a Abu Dhabi, de onde partiu no dia 9 de março de 2015 para iniciar a volta ao mundo.

"É um projeto para a energia e para um mundo melhor", afirmou Piccard, de 58 anos, antes da descolagem, acrescentando que a viagem seria "difícil".

"É uma região muito, muito quente (...). O voo será esgotante", advertiu.

Com um peso de uma tonelada e meia, tão largo quanto um Boeing 747, o Solar Impulse II voa graças a baterias que armazenam a energia solar captada por 17.000 células fotovoltaicas nas suas asas.

Em geral, o avião voa a um velocidade de cerca de 50 km/h, que pode ser duplicada quando está plenamente exposto ao sol.

O Solar Impulse 2 devia ter saído do Egito na semana passada, mas a partida foi adiada por causa dos fortes ventos e porque um dos pilotos adoeceu.

O avião solar chegou ao Cairo a 13 de julho, depois de descolar de Sevilha (sul da Espanha), trajeto de 3.745 km, concluído em 48 horas e 50 minutos.

Altas temperaturas

Desde o início da aventura, André Borschberg e Bertrand Piccard revezam-se para pilotar o avião.

"Estávamos um pouco ansiosos com a questão das condições meteorológicas, principalmente por causa das temperaturas nesta região do mundo, próximas aos limites que estabelecemos para o avião", explicou Borschberg a partir do centro de controlo do Solar Impulse II, em Mónaco, mostrando-se, porém, positivo.

"Mas estamos bastante confiantes, as coisas devem sair bem", acrescentou.

Piccard atravessou duas vezes o Atlântico num balão, e seu pai fê-lo num submarino.

O piloto pertence a uma família de cientistas e inventores. O seu avô Auguste Piccard inspirou o ilustrador belga Hergé a criar o personagem do professor Girassol na série de banda desenhada Aventuras de Tintim.

Depois de descolar de Abu Dhabi, o Solar Impulse II fez escalas em Mascate (Omã), Ahmedabad e Varanasi (Índia), Mandalay (Mianmar), Chongqing e Nanjing (China), e depois Nagoya (Japão).

Após cruzar o Pacífico e fazer uma escala técnica imprevista de vários meses no Havaí, a aeronave continuou o seu voo pelos Estados Unidos, passando por São Francisco, Phoenix, Tulsa, Dayton, Lehigh Valley e Nova Iorque.

A travessia do Pacífico, em duas etapas, era a parte mais perigosa da volta ao mundo, devido à grande distância entre os pontos de aterragem em caso de problemas.

Na primeira parte desta grande travessia oceânica, entre Nagoya e Havaí, Borschberg percorreu 8.924 km durante cinco dias e cinco noites.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.