Se o bacalhau pode ser cozinhado de mil maneiras, há muitos outros peixes que podem ser servidos com o recurso à imaginação e ir para o prato sem passar obrigatoriamente pela tradicional grelha. O carapau e a cavala entram nesta lista. A garantia surge na boca de Abílio Guerreiro, chef e professor da Escola de Hotelaria e Turismo de Faro e conselheiro da Docapesca.

“Queremos mostrar que a cavala e os carapaus não têm de ser só servidos grelhados na mesa”, avisou durante um evento de degustação que decorreu na marina de Lagos, durante a apresentação da GC32 Racing Tour, campeonato mundial de catamarã que está a decorrer até domingo, em Lagos.

Abílio Guerreiro desdobra-se em explicações a quem questionava o que estava à sua frente e desvenda a receita de dois pratos que concebeu e deu a provar. “Queremos torná-los mais atraentes [o carapau e a cavala] e mostrar ao público [jovem] que podem ser consumidos de uma forma original e divertida”, antecipa.

A primeira é inspirada no Japão: maki de carapau.“À semelhança de sushi, transformei o pescado e fiz uns rolos de peixe com queijo fresco, creme de manga fresca e ervas aromáticas. É um prato que tem a inclusão de fruta e produtos naturais”, desvenda.

A segunda tem um toque anglo-saxónico: muffins de cavala, courgette e cenoura e creme de batata-doce. “Fiz uns muffins com vegetais e creme de batata-doce, que lhe dá um toque cremoso e doce. O peixe, tal como o carapau, é sem espinhas”, garante. “Quase parece uma sobremesa, mas tem todo o equilíbrio nutricional”, avisa.

Reconhecendo que este pescado – cavala e carapau – é olhado como um “parente pobre” do mar e “menos nobre”, no entanto, “tem propriedades nutritivas importantes [ómegas]”, ressalva.

“É um peixe barato, economicamente atrativo e é bom para as famílias”, sublinha. Por isso, defende que pode e deve ser cozinhado do modo que apresenta. “As crianças comem para além do grelhado e esta forma aumenta o consumo”, remata Abílio Guerreiro, chef e conselheiro.