O leilão realizado pela Christie's conta com mais de 250 trajes e acessórios, a maioria apresentada nas passarelas antes de vestir sua criadora.

créditos: BENJAMIN CREMEL / AFP

A coleção é composta por algumas de suas peças mais icónicas, entre corpetes, vestidos, sapatos de salto agulha e camisetas políticas.

Além das vendas online, haverá uma grande evento presencial numa sala londrina em 25 de junho.

Entre os artigos que serão leiloados estão baralhos criados para chamar a atenção para temas como o aquecimento global, desigualdade social e direitos humanos. Dez destas cartas foram ampliadas e assinadas pela estilista, que morreu em 2022 aos 81 anos, para arrecadar fundos para o Greenpeace.

A arrecadação do leilão também será destinada a associações como Amnistia Internacional, Médicos Sem Fronteiras e a fundação da estilista, que trabalha com ONGs para "criar uma sociedade melhor e conter as alterações climáticas".

Vivienne Westwood "queria que seu guarda-roupa pessoal fosse leiloado em benefício de organizações importantes para ela", explica à AFP a coordenadora do catálogo e da venda, Clementine Swallow.

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O viúvo da estilista, Andreas Kronthaler, de 58 anos, envolveu-se intensamente na seleção.

"Estas são as peças que ela teria escolhido, entre as milhares de coisas que desenhou durante 40 anos. São consideradas a quintessência de suas criações", explica Swallow.

Ativismo

Também serão leiloadas peças que ilustram o impacto cultural de Vivienne Westwood durante as quatro décadas da sua carreira.

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A mais antiga é um conjunto de saia e casaco da coleção "World's End, Witches" (Fim do mundo, bruxas), do outono-inverno 1983, quando Vivienne Westwood ainda trabalhava com seu primeiro marido, Malcolm McLaren, empresário da banda britânica Sex Pistols, precursora do movimento punk.

Muitas têm motivos políticos e lemas que refletem sua preocupação com a Justiça social.

Outra peça escolhida é um casaco azul similar ao usado por Naomi Campbell quando caiu, com sapatos de plataformas altíssimas, numa passarela em 1993.

A mais cara é um vestido feito à mão com ajuda de artesãos no Quénia.

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Todos os materiais utilizados são reciclados ou recicláveis. Os preços estimados para os artigos oscilam entre 200 e 7.000 libras (entre 237 e 8.306 euros), mas a expectativa é que sejam vendidos acima disso.

Museus e outras instituições apresentarão ofertas, mas Swallow afirma que a estilista "adoraria a ideia de que as suas roupas fossem usada pelas pessoas".