A campanha 2023 do Comboio Histórico na Linha do Douro arrancou a 8 de julho e termina a 29 de outubro.
“Teremos uma rentabilidade superior a 180 mil euros, enquanto no ano passado houve um prejuízo superior a 30 mil euros”, especificou Pedro Moreira, que falava aos jornalistas à margem do seminário "O Turismo na procura pela Sustentabilidade e Inovação em Espaços Rurais", que decorreu no Peso da Régua, distrito de Vila Real.
Resultados positivos que, segundo explicou, decorrem de uma reformulação do produto turístico que “envolveu muito trabalho” das equipas internas da CP - Comboios de Portugal e das suas diferentes direções, desde a área das manutenções, operações, comercial e comunicações.
“Otimizaram este produto e passou a ser rentável e só com as viagens que vendemos até ao momento, o que nos indica é que teremos uma rentabilidade superior a 180 mil euros”, apontou.
O programa do Comboio Histórico do Douro arrancou no final da década de 90.
De acordo com o responsável, o comboio histórico foi sempre um produto deficitário, justificando que se trata de um serviço com custos elevados por causa da manutenção da locomotiva com 98 anos, exigindo muitos cuidados a nível da manutenção e uma equipa de maquinistas e técnicos da área da manutenção e engenharia.
A composição inclui a locomotiva a vapor e cinco carruagens de madeira, datadas do início do século XX, com 254 lugares.
“Conseguimos introduzir várias otimizações e tornamos, de facto, um produto que era deficitário num produto com uma rentabilidade que consideramos boa, comparativamente com o que tínhamos nos anos anteriores”, salientou.
A campanha 2023 inclui três viagens por semana, tendo-se introduzido uma viagem à quarta-feira, para além das já habitualmente realizadas aos sábados e domingos.
“O balanço desta campanha do Comboio Histórico do Douro é muito positivo”, apontou o presidente da CP.
Pedro Moreira disse que a taxa de ocupação, incluindo já as viagens até ao final de outubro, anda na “ordem dos 98,7%”.
“Já vendemos praticamente todas as viagens”, apontou.
O comboio percorre o Património Mundial da UNESCO, entre as estações do Peso da Régua (distrito de Vila Real) e a do Tua (distrito de Bragança), com paragem na vila do Pinhão (Alijó).
Este ano foi feita uma parceria com os municípios do Peso da Régua, Alijó e Carrazeda de Ansiães, no âmbito da qual, e para promover a região, a bordo do comboio são oferecidos produtos como cálices de vinho do Porto ou moscatel de Favaios, bem como doces tradicionais.
“Estamos a envolver mais a região, dar maior atratividade ao comboio e também com mais serviços comparativamente com o ano anterior. Está a ser um sucesso autêntico”, salientou o responsável, que destacou também as parcerias com as agências de turismo.
A experiência de turismo ferroviário está a ser integrado em outros pacotes turísticos, que incluem viagens de barco, estadias na região.
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