A peça, que estará no Teatro da Cerca de São Bernardo até 15 de junho, é uma fábula sobre duas vilas, separadas por uma ponte, que se veem confrontadas com vários desastres naturais e uma doença contagiosa, eventos que apenas afetam uma das povoações.

Começando numa primavera e seguindo as estações do ano até à primavera seguinte, há um momento inicial que passa “por uma situação idílica, como um conto de fadas”, seguindo-se depois um “verão catastrófico”, onde se sente o impacto das alterações climáticas, um outono onírico e um “inverno muito duro, muito frio e que castiga quem não tem recursos”, contou à agência Lusa a encenadora da peça, Ánxeles Cuña Bóveda, da Sarabela Teatro.

Com o tempo a passar, as desigualdades tornam-se mais evidentes, com o tema das migrações e dos refugiados a estar também presente na peça, desaparecendo os laços que uniam aquelas duas vilas vizinhas.

Para Ánxeles Cuña Bóveda, a dramaturgia de Schimmelpfennig “comove, escrevendo sobre coisas atuais, temas muito quentes, mas fá-lo de forma muito viva, expressando muito os sentimentos”.

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“É uma obra muito poderosa, muito dinâmica e que explora muitos níveis”, num texto aberto, de alguém “conhece muito bem a maquinaria teatral”, afirmou.

Apesar de esta ser a primeira coprodução entre as duas companhias, a relação entre a Escola da Noite e a Sarabela Teatro “tem mais de 20 anos”, de conhecimento e de respeito mútuo, notou.

Depois deste trabalho em conjunto, em 2026 será a vez do diretor da Escola da Noite, António Augusto Barros, dirigir um outro espetáculo em Ourense, na Galiza, com um elenco de atores portugueses e galegos.

No Teatro da Cerca, haverá sessões com Língua Gestual Portuguesa a 8 e 13 de junho.

Depois de estar em cena em Coimbra, “O Grande Incêndio” será apresentado em Ourense de 18 a 20 de junho.

Os bilhetes custam entre cinco e dez euros e podem ser adquirdos aqui.