“Dalila Rodrigues assume, a partir de amanhã, 14 de maio, o cargo de Diretora do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém. Sucede a Isabel Cruz Almeida, que cessou funções por motivos de reforma”, pode ler-se no comunicado do Governo, que agradece a Isabel Cruz Almeida “toda a dedicação, empenho e profissionalismo demonstrados ao longo dos 35 anos em que foi diretora destes dois monumentos nacionais”.

A antiga diretora do Museu Nacional de Arte Antiga Dalila Rodrigues mostrou-se hoje “honrada” com o convite para a direção do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, escusando-se a fazer mais comentários.

“Estou honrada com o convite”, afirmou Dalila Rodrigues, em declarações à Lusa, escusando-se a prestar mais declarações, acrescentado que fá-las-á “quando tiver um programa para apresentar”.

Dalila Rodrigues, de 58 anos, foi também diretora do Museu Grão Vasco, em Viseu, e da Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, além de vogal da administração da Fundação Centro Cultural de Belém, como recorda a nota do Ministério.

A mesma biografia salienta que Dalila Rodrigues é doutorada em História da Arte pela Universidade de Coimbra, professora coordenadora da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viseu e professora catedrática convidada do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra.

Em 2007, Dalila Rodrigues não foi reconduzida à frente do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, tendo sido aplaudida à saída da instituição, em agosto de 2007, por dezenas de pessoas que lá se haviam concentrado em seu apoio. Viu, por outro lado, 16 diretores de museus nacionais juntarem-se num abaixo-assinado contra posições por si adotadas.

Dalila Rodrigues “tem, por diversas vezes, passado a imagem pública de que tal ideia [autonomia financeira e gestão dos museus] merecia a concordância de outros diretores de museus nacionais, assumindo, de certa forma, uma posição de representação da classe museológica portuguesa, de que ela própria se reconhece o direito de liderar”, lia-se no documento que realçava que nenhum dos 16 diretores havia conferido “poderes de representação à diretora do Museu Nacional de Arte Antiga como porta-voz da classe museológica portuguesa a que igualmente pertencem”.

O decreto-lei que define o regime jurídico de autonomia de gestão dos museus, monumentos e palácios aguarda promulgação do Presidente da República e entrará em vigor assim que for publicado, como realçou a ministra da Cultura, Graça Fonseca, em março.

"O novo regime assenta em três pilares fundamentais: o diretor como órgão próprio de gestão, o plano plurianual de gestão e o conselho geral dos museus, monumentos e palácios como órgão consultivo", lia-se no comunicado do Conselho de Ministros que aprovou o documento.

Em fevereiro, Graça Fonseca explicou aos jornalistas que o regime jurídico tem a duração máxima de dois anos, prevendo-se, depois, um regime aprofundado de autonomia.

Com este diploma, "os museus passam a ser pessoas equiparadas a pessoas coletivas, ganham uma autonomia que perderam com a alteração orgânica que deu origem à Direção-Geral do Património Cultural, e com isto passam a ter o número de identificação de pessoa coletiva e o número de identificação fiscal", disse a governante.

(Notícia atualizada às 12h27)