A ideia inicial era fazer um documentário, mas o material começou a ser tanto, que o grupo de Maze, Mundo Segundo, Fuse, Expeão e DJ Guze decidiu fazer uma série de vários episódios, estando ainda por definir quantos serão ao certo, disse Maze, em declarações à agência Lusa.

Esta série documental, que “começou a ser gravada há cerca de um ano e meio, dois anos”, inclui entrevistas, dirigidas pelo jornalista e radialista Rui Miguel Abreu, com os elementos do grupo e outras pessoas que os têm acompanhado ao longo dos anos, imagens de concertos e outras - “que nunca ninguém viu” - de ensaios, nos bastidores e durante a gravação de álbuns.

“Para já temos bastante material, que ainda queremos complementar”, referiu Maze, acrescentado que “não há uma data definida para [a divulgação de] o primeiro episódio, mas até março deverá estar cá fora”.

Os episódios ficarão disponíveis no ‘site’ e no canal do grupo no portal de partilha de vídeos YouTube. As datas serão divulgadas “atempadamente” através das redes sociais.

No plano original do grupo estava a edição do documentário em DVD. “Mas só quando chegarmos ao fim dos episódios, dos quais ainda não existe um número definido, poderemos ter uma noção mais exata se poderá ser editado de forma física”, disse.

O primeiro álbum do grupo do Porto, “Expresso do submundo”, foi editado em 1996, “numa fase embrionária, não só do rap, mas do hip-hop” em Portugal.

“[O hip-hop, que inclui o rap, o graffiti e o break dance] é uma cultura que nessa altura era um pouco desconhecida. Nestes 20 anos chegou a um ponto em que quase toda a gente ouve rap”, considerou Maze.

Por isso, o público que acompanha o grupo é hoje maior e mais variado do que em 1996. “Sem dúvida que o público é muito diferente, sendo que quem nos ouvia em 1996 era um público que gostava de rap, mais restrito, que pertencia ao movimento hip-hop, e o nosso público atual bem mais vasto”, afirmou.

Com 20 anos de carreira, os Dealema tocam várias gerações. “Temos as pessoas que em 1996 assistiram ao início do projeto e atualmente vão com os filhos aos concertos”, contou.

Atualmente, os elementos do grupo estão “mais focados nos trabalhos a solo”.

Maze editou no ano passado o seu primeiro álbum, homónimo, a solo. Mundo Segundo tem estado dedicado ao seu projeto com um outro rapper português, Sam the Kid, cujo álbum conjunto deverá ser editado este ano, e editou no final do ano passado um novo EP, “Sempre Grato”, que apresenta este mês no Porto e em Lisboa. Fuse editou no final do ano passado o seu novo álbum a solo, "Caixa de Pandora". Expeão tem dado uma série de concertos para assinalar os 10 anos de “Máscara”, o seu primeiro trabalho a solo.

O último álbum de originais dos Dealema, “Alvorada da Alma”, data de 2013, mas o grupo não sente “pressão de ter que lançar um projeto anualmente para manter a visibilidade”.

“Estamos sempre ativos, mas já chegámos a estar sete anos sem editar um álbum. Estas pausas não são uma novidade, permitem-nos explorar outros caminhos”, referiu Maze.