À agência Lusa, a vice-presidente do Município de Leiria, Anabela Graça, afirmou que, com a reabertura, “todos vão ganhar”, os leirienses e quem visita a cidade.
“O Castelo é um símbolo maior da nossa identidade, da nossa memória histórica. Além disso, é um elemento identitário da cidade. Portanto, ao fazer o investimento que fizemos, estamos a cuidar do nosso Castelo, mas estamos a cuidar do património, para podermos ter futuro, da mesma forma que investimos na cultura, para sermos mais competitivos e mais sustentáveis”, disse Anabela Graça.
Segundo a vereadora com o pelouro da Cultura, o Castelo “vai passar a ser a nova praça maior da cidade centrada na cultura”.
A reabilitação do núcleo amuralhado, Castelo e envolventes, contemplou a Casa da Guarda, as cisternas, tornando visitável o seu interior, e a Igreja de Santa Maria da Pena, alvo de diversos trabalhos de conservação e restauro, incluindo colocação de cobertura e vãos ou arranjos no adro e no acesso à Torre Sineira.
O Castelo, monumento nacional desde 1910, passou a ter um anfiteatro em pedra, para eventos ao ar livre, os caminhos foram nivelados e calcetados, e introduziram-se zonas de descanso. Foram, igualmente, substituídas espécies vegetais degradadas por autóctones.
Os acessos mecânicos ao Castelo, dois elevadores verticais no lado sul e um elevador em carril no lado norte, abrem também no sábado.
“Queremos que haja uma maior fruição do Castelo e, por isso, ele vai poder ser acedido por todos, graças à melhoria das acessibilidades”, referiu Anabela Graça, destacando não apenas os acessos mecânicos, como “o facto de no interior das muralhas todos os percursos” se terem tornado “muito mais confortáveis”.
Além das acessibilidades, Anabela Graça realçou “o novo anfiteatro, que vai ser um espaço privilegiado para a cultura”, sendo que a própria Igreja da Pena, agora coberta, vai possibilitar, igualmente, eventos culturais.
“Vamos ter espaços diferenciados no Castelo para promovermos a cultura”, adiantou.
A vereadora acrescentou que se espera um “incremento do número de visitantes, já que o Castelo de Leiria se constitui como a grande atração turística da cidade e do concelho”.
“Por outro lado, o seu encerramento suscitou uma enorme curiosidade e criou expectativas por parte dos leirienses a quem se pretende devolvê-lo, uns para revisitar, outros para conhecerem o monumento”, declarou.
O Castelo fechou em 3 de junho de 2019. Nesse ano, entre 02 janeiro e 02 de junho, recebeu 26.783 visitantes. Em 2018, tinham sido 71.449 os visitantes e no ano anterior 84.694, de acordo com informação enviada à Lusa pela autarquia.
Sobre futuros investimentos, Anabela Graça esclareceu que o município se encontra “em fase de definição do programa para a próxima fase de intervenção”.
“Está a fazê-lo através de um processo participado e para o qual foram realizados vários encontros e visitas ao Castelo para recolha de contributos”, observou, adiantando que “não está ainda fechado quais os edifícios e infraestruturas que serão objeto de requalificação, nem definido o valor do investimento”.
A reabertura do Castelo de Leiria ao público é às 09:30, com as entradas controladas, para cumprir os limites de lotação definidos pela Direção-Geral da Saúde devido à pandemia de covid-19.
Câmara garante “programação eclética e participada” para o Castelo de Leiria
A Câmara de Leiria garante uma “programação eclética e participada” para dar resposta a diferentes públicos no Castelo de Leiria.
“Eclética e participada, porque nós antes de abrirmos o Castelo à população fizemos várias visitas guiadas, em que connosco estiveram grupos, agentes culturais e artistas, cientistas, investigadores de todas as áreas que discutiram e apresentaram contributos para a programação”, afirmou a vereadora com o pelouro da Cultura, Anabela Graça.
Segundo Anabela Graça, neste trabalho participativo, que incluiu “os habitantes que vivem à volta” do monumento nacional, todos “deram os seus contributos para aquilo que querem que seja a programação do Castelo”.
“E, por isso mesmo, vamos ter uma programação muito diversificada e que dará resposta a diferentes públicos”, assegurou a vice-presidente da Câmara.
De acordo com a vereadora, a programação quer garantir, “ao máximo, a integração social dos habitantes e dos agentes culturais da região, ao invés de ser apenas veículo para atração de turistas, e integrada com todos os equipamentos que fazem parte do Castelo”, o m|i|mo – museu da imagem em movimento e a Igreja de São Pedro.
A programação dialoga, também, com outros equipamentos culturais da cidade, como o Centro Cultural Mercado de Sant’Ana, o Teatro Miguel Franco, Centro de Diálogo Intercultural ou Banco das Artes Galeria e museus.
No sábado, o espaço acolhe uma conferência de homenagem ao historiador de Leiria José Mattoso (transmitida nas redes sociais do município) e um concerto pelo Decateto de Metais da Associação de Filarmónicas do Concelho de Leiria, além de performances de dança ao ar livre, pela Escola de Dança Clara Leão, que se repetirão no dia seguinte.
Anabela Graça adiantou que o município está a trabalhar na definição da programação em função das medidas de segurança que terá de garantir, “mas a programar, em maio e junho, essencialmente, projetos de grupos culturais do concelho, apostando nas deambulações que acontecem ao sábado e domingo sem serem anunciadas, e pequenos eventos ao final do dia, a realizar ao ar livre”.
Por outro lado, o Castelo vai receber iniciativas culturais programadas em parceria com outras entidades, como o Ciclo de Música Exploratória Portuguesa (pela associação Fade In), o Criajazz (pelo grupo de teatro O Nariz) ou o concerto “O Método”, de Rodrigo Leão, no dia 05 de junho, no âmbito da Bienal Ibérica de Património, na sequência de uma candidatura da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria.
Ainda em junho, está prevista a exposição “Pintura sob a Luz Vermelha” na Igreja de São Pedro, que “conta com a participação de inúmeros artistas da região”.
“Estes eventos deverão ocorrer, essencialmente, ao fim de semana, durante o dia, até julho, mês em que iremos promover no Castelo a iniciativa ‘As Cortes de 1254’ em substituição do ‘Leiria Medieval’”, referiu a vereadora.
Em agosto é retomada a programação de iniciativas a realizar em parceria com outras entidades - Ciclo de Música Exploratória Portuguesa ou o Criajazz –, “estando ainda em definição a programação até final do ano”, acrescentou Anabela Graça.
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