“Medusa” é um concerto instalação e performance com 30 minutos de duração, que dá o arranque ao programa do “Museu como Performance”, este sábado, dia 09, pelas 15:00, e cujo “motor para realizar a peça de instalação foram as características da arquitetura de uma das salas do Museu de Serralves", explicou Ricardo Jacinto, violoncelista.

“Vou improvisar música durante seis horas”, disse à Lusa Ricardo Jacinto, à margem da conferência de imprensa que decorreu hoje em Serralves, onde o artista vai tocar ao vivo e cruzar música e arquitetura, recorrendo ao sistema eletroacústico, para produzir transformações sonoras que ligam o corpo de um violoncelo à arquitetura da sala onde o projeto é apresentado.

O programa de “O Museu como Performance” avança por várias galerias do Museu de Serralves, mas espalha-se também pelo parque, pela Capela da Casa de Serralves e, no momento final da programação, pela cozinha da Casa de Serralves.

Aqui, às 20:30 de domingo, 10 de setembro, será apresentado no Ténis um trabalho dos N.M.O, duo composto pelo baterista e produtor do Mar do Norte J. Olsen (Noruega) e pelo especialista em sintetizadores e artista visual do Mar Mediterrâneo Ruben Patiño (Espanha).

A performance tem “curta duração" (30 minutos) e vai apresentar uma “tensão explosiva e ritualista” que une “música de dança eletrónica com rotinas de fitness (desporto)”, percussão marcial e absurdo, como contou aos jornalista Ricardo Rocha, programador de música de “O Museu como Performance”.

Entre “Medusa” e os N.M.O. há mais 11 performances no campo das artes visuais contemporâneas, que incluem trabalhos recentes de artistas e coletivos de Portugal, Europa e Estados Unidos, como, por exemplo, “Turning Backs” (costas com costas, em português), de Lígia Soares, Rita Vilhena e Diogo Alvim.

“Turning Backs” acontece no domingo, dia 10, às 14:30, repetindo às 15:30 e às 16:30, tem uma duração de 50 minutos e convida os participantes a sentarem-se “costas com costas”, numa espécie de encosto, para participar num projeto que se baseia numa instalação performativa que combina “voz, texto e dispositivos cénicos, para orquestrar, a partir de duas frentes opostas, duas linhas de espetadores, representando juntos um mundo onde as realidades constantemente se opõem”, lê-se no dossiê de imprensa.

O coletivo Teatro Praga apresenta o trabalho denominado de “( )” (símbolo de parêntesis), no sábado, dia 9, a partir das 14:30. Durante cinco horas, o público vai ter oportunidade de ver uma “performance duracional” que fará uma “introdução a um novo regime de estética” de culturas e objetos, obrigando à reflexão do espetador, que encontrará um poema no chão, espelhos no lugar de postais, um adufe ou uma ilha perdida no meio do oceano.

O projeto teatral “Arca", do coletivo Projeto Teatral (Portugal), que vai ter uma tenda montada no palco do Auditório de Serralves, ou a performance “The Forgetting of Air”, de Francesca Grill, que vai abordar a ideia do “ar como um território de troca para refletir sobre os processos de migração", e que tem lugar na Capela da Casa de Serralves, são outros dos espetáculos do programa “O Museu como Performance”.