“Esta edição marca o alargamento do Porto Cartoon desde logo em termos geográficos, porque envolvemos neste projeto as câmaras de Gondomar, que já estava aliás no ano passado, e as câmaras de Gaia e Matosinhos”, afirmou, em declarações à Lusa, diretor do Museu Nacional da Imprensa (MNI), Luiz Humberto Marcos.

O impulsionar do festival destaca ainda a abertura de uma galeria na superfície comercial Alameda, que vai manter-se durante todo o ano, e onde estará exposta a obra “Plástica” do artista italiano Agim Sulaj, vencedor do Prémio do Público 2018, e onde será inaugurada uma exposição sobre aos 50 anos do jornal brasileiro satírico Pasquim, com cerca de 100 peças, que vai ficar patente no MNI.

“É um projeto jornalístico único a nível mundial, não só pela sua importância como pelo tempo que durou. É um jornal que durou 22 anos e que foi, de facto, um projeto de consciencialização do povo brasileiro para a situação de ditadura em que viviam deste 64″, explicou.

Sob o tema “Línguas e Mundo”, o certame, que abre oficialmente no domingo com a Cerimónia de Entrega de Prémios e Troféus da autoria do arquiteto Álvaro Siza, apresenta-se, na edição de 2019, com cerca de 1200 trabalhos, numa altura em que, sublinha o diretor do MNI, “o cartoon constitui um instrumento essencial para o oxigénio da democracia”.

Aquele responsável dá como exemplo, “a atuação do próprio New York Times, ao eliminar um espaço de opinião”, depois da polémica envolta do cartoon do português António, que mostrava o chefe do governo israelita com o aspeto de um cão-guia, a usar uma coleira com a estrela de David, a puxar Donald Trump, o Presidente norte-americano, cego, e de quipá na cabeça.

De acordo com Luís Humberto Marcos, o tema central escolhido para este ano, não só vai ao encontro da designação da ONU, que consignou 2019 como “o ano das línguas indígenas”, chamando a atenção para o desaparecimento deste património cultural, como alerta para a sua ligação ao poder político, “que cada vez se sobrepõe mais a tantos valores da humanidade”.

Para aquele responsável, a caricatura de Luc Descheemarker, que venceu o 1.º Prémio do Porto Cartoon 2019, mostra precisamente a “distorção da nobreza da política”, sublinhando a “falta de verdade”, aqui “representada pelo ‘camaleonismo’ e a linguagem do dinheiro que corrompe tudo”.

O cartoonista belga que caricaturou Donald Trump, transformando-o num camaleão, com a língua de réptil em forma de uma nota de dólar, vai marcar presença em todo o programa do festival.

A 21.ª edição vai contar, também, com diversas exposições, como a Festa da Caricatura, que decorrerá na Estação de Porto – S. Bento, a rua do PortoCartoon, que este ano será a Rua de S. João, o descerramento de uma escultura, mostras no Via Catarina e em outros locais da cidade, além de encontros com os ‘cartunistas’ vencedores.

Já a exposição onde vão estar expostos todos os trabalhos selecionados pelo Júri Internacional vai ficar patente na Galeria Internacional do Cartoon (Museu Nacional da Imprensa) até ao fim de dezembro.

Depois de terem estado em Matosinhos caricaturas de Bob Dylan, a mostra sobre Fernão de Magalhães — figura em que se centraram os Prémios Especiais de Caricatura — poderá ser vista em Gaia, no emblemático espaço do Convento Corpus Christi.

O Tema Livre do PortoCartoon ficará exposto na Casa Branca de Gramido, em Gondomar.

A partir de julho, o Porto Cartoon alarga-se a locais como o Aeroporto de Pedras Rubras/Francisco Sá Carneiro (Maia), o Edifício Transparente, o edifício da Escola Superior Artística do Porto (ESAP), entre muitos outros locais, onde estarão patentes extensões da 21.ª edição do certame.

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