Da Finlândia com amor (e alguns crimes)

Estamos tão habituados a ser bombardeados com séries criminais americanas e inglesas que nos esquecemos de que noutros países também se produzem formatos de qualidade que, em muitos dos casos, conseguem mostrar outras maneiras de contar este tipo de narrativas. Um desses exemplos é a série “Deadwind”, que decorre no Norte da Europa, mais precisamente na Finlândia, e que viu a sua segunda temporada estrear esta semana na Netflix.

Contudo, vamos esquecer a segunda temporada e focar-nos na personagem principal da série, a detetive Sofia Karppi, e nos detalhes que fizeram “Deadwind” destacar-se durante a sua primeira temporada, que chegou à Netflix em agosto de 2018. Nela, somos apresentados a Karppi, uma mulher nos seus trintas, que depois de ficar viúva e com dois filhos por criar por ela própria, decide retomar a sua atividade na polícia de Helsínquia, na qual acaba por ficar logo responsável por um caso mediático. Para ter ajuda, ganha um novo parceiro, Sakari Nurmi, que, mais do que um colega de trabalho, acaba por se tornar num amigo que a ajuda a ultrapassar a fase complicada que está a atravessar.

Em “Deadwind”, não há grandes explosões nem correrias. Não há uma romantização do trabalho de investigações e as interações entre policias, suspeitos/testemunhas e restantes personagens acabam por ser muito cruas e características também dos povos nórdicos, em que as palavras são usadas de uma forma objetiva. No entanto, isto não significa que nos crimes que são acompanhados em ambas as temporadas não haja espaço para suspense. Aliás, a grande mais valia da série é que esse é quase sempre a constante.

  • Aqui tens: os trailers para a primeira e para a segunda temporada.
  • Mudança do nome inicial: o nome original em finlandês é “Karppi” à semelhança de muitas séries criminais americanas e inglesas que têm como destaque um detetive em específico.
  • Comparações: a crítica apontou semelhanças com a série dinamarquesa “The Killing”, cujo sucesso levou a que fosse adaptada para uma versão americana, pelo canal AMC.
créditos: Rodrigo Mendes | Madremedia

Mistérios procuram-se, mas não se resolvem

Há algo na natureza humana que nos atrai para o macabro ou complicado de explicar. Não é surpresa que séries documentais que cobrem eventos, como: crimes que ficaram por resolver, pessoas que desapareceram sem razão aparentemente ou pessoas que viveram experiências paranormais, acabem por inevitavelmente ser um sucesso quer nos canais de televisão e nas plataformas de streaming, onde têm ganho nova vida.

Unsolved Mysteries” é a mais recente série documental a chegar à Netflix. Contudo, não podemos olhar para ela como uma simples novidade, porque, na realidade, “Unsolved Mysteries” apareceu em 1987. Criada por John Cosgrove e Terry Dunn Meurer, pode ser considerada como uma das pioneiras da aplicação do formato de série documental para abordar mistérios e crimes por desvendar.

Originalmente transmitida no canal americano NBC, as primeiras temporadas de “Unsolved Mysteries” foram um grande sucesso nos EUA, chegando a ser vista por quase 17 milhões de espectadores. Apesar de ter um apresentador a “conduzir” cada episódio, aquilo que distinguia “Unsolved” dos demais conteúdos de natureza documental era a intercalação de momentos de entrevista às personalidades envolvidas em determinado crime, evento ou mesmo com cenas em que atores recriavam os próprios acontecimentos que estas estavam a descrever.

Porém, com o passar dos anos, a série foi progressivamente perdendo protagonismo e acabou a saltar de estação em estação (NBC, CBS, Lifetime, Spike) ao longo de 14 temporadas e 580 episódios. Em 2020, como se o próprio ano já não fosse em si um mistério, a Netflix recuperou “Unsolved Mysteries” para mais 12 episódios, num formato de série documental pura e dura, sem apresentador. O primeiro volume de seis histórias que chegou esta semana irá abordar 5 desaparecimentos suspeitos e o relato mais realista (dentro do possível) que vi foi o de um rapto por um OVNI, porque, sejamos sinceros, o aparecimento de extraterrestres é o que falta para este ano ficar completo.

  • Tudo graças a “Stranger Things”: Foi o produtor executivo da popular série, Shawn Levy, que teve a ideia de fazer de fazer um reboot de “Unsolved Mysteries”, sendo também produtor-executivo desta temporada.
  • “Alright, alright, alright”: o ator Matthew Mcconaughey teve um dos seus primeiros papéis em televisão na recriação de um dos crimes explorados pela série na sua temporada de 1992. Quem diria.
créditos: Rodrigo Mendes | Madremedia

Com Tom Hanks e Meg Ryan, estamos sempre em sintonia

Vamos agora fugir às histórias criminais, mas, curiosamente, manter uma personagem, que, tal como Sofia Karppi, após ficar viúvo, ganha uma nova chance para amar de uma forma peculiar.

Sleepless In Seattle” (“Sintonia do Amor” em português) chegou às salas de cinema há quase 17 anos e à Netflix esta semana.
 
O filme conta a história de Sam Baldwin, protagonizado por Tom Hanks, um pai solteiro, que, um ano e meio depois de perder a sua mulher para o cancro, continua focado em cuidar apenas do seu filho de oito anos, Jonah, que anseia por ver o pai feliz outra vez.

Por isso, numa Véspera de Natal, o rapaz decide ligar para o programa de uma rádio local de Seattle e persuade Sam a falar das saudades que tem da mulher. A partilha é ouvida por milhares de mulheres no país inteiro, que, emocionadas, lhe decidem começar a enviar declarações de amor por correio. Uma dessas ouvintes era Annie Reed, representada por Meg Ryan, uma jornalista que se encontra de noivado, mas que, ao escutar Sam na rádio, se apercebe que falta algo na sua relação.

Depois de um primeiro impulso, Annie decide não enviar a carta que tinha também escrito, mas esta acaba por chegar a Seattle na mesma, pela mão da sua editora no jornal.
 
E porque Sam e Annie estão destinados a encontrar-se, essa será a carta que Jonah vai gostar mais de ler, entre as centenas que chegaram direcionadas ao pai. Contudo, convencer o pai de que aquela é a mulher ideal para ele não será tarefa fácil, especialmente, porque Annie vive em Baltimore, na outra ponta do país (e está prestes a casar-se). Para descobrires como é que o faz, já sabes onde ver o filme.

  • Um sucesso de bilheteira: o filme teve um orçamento 21 milhões de dólares e fez quase 230 milhões de dólares no mundo inteiro.
  • 2 minutos: é o tempo que Tom Hanks e Meg Ryan aparecem ao mesmo tempo no ecrã, durante todo o filme. Deve ser uma espécie de recorde, entre protagonistas de um filme.
  • Parceria de sonho: Este é um dos quatro filmes em Tom Hanks e Meg Ryan contracenaram juntos. Os outros são “Joe vs The Volcano” (1990), “You’ve Got Mail” (1998) e “Ithaca” (2015).

Créditos Finais

  • A rubrica “Actors on Actors” da Variety, tem publicado novos episódios quase todos os dias. Um deles foi uma pequena reunião de Gossip Girl.
  • Um “Recreio” do humor a acontecer no Jamor. O festival irá contar com a presença de nomes como Bruno Nogueira, Salvador Martinha e Carlos Coutinho Vilhena, entre 23 e 26 de julho.
  • O TIkTok não é só danças e também está a dar visibilidade a uma nova onda de “girl bands”, como explica este artigo da Variety.
  • “A Velha Guarda”, protagonizado por Charlize Theron, promete ser o próximo filme de ação a chegar ao top da Netflix. Vê o trailer aqui.

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