Germano Almeida foi distinguido este ano com o Prémio Camões, atribuído pelos governos de Portugal e do Brasil, publicou recentemente o romance “O Fiel Defunto”, e é um dos participantes na Feira do Livro em Guadalajara, no México.
Segundo escritor de Cabo Verde a receber o mais importante galardão de literatura de língua, a atribuição, “representa uma nova etapa na história literária" do país, como reconheceram os dirigentes cabo-verdianos, em mensagem divulgada na ocasião.
Advogado de profissão, Germano Almeida estreou-se como contista no início da década de 1980, na revista cabo-verdiana Ponto & Vírgula, que ajudou a fundar.
Estreou-se no romance com “O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo” (1989), que Francisco Manso adaptou ao cinema em 1997, com argumento do próprio e de Mário Prata.
"O Meu Poeta" (1990), "Estórias de Dentro de Casa" (1996), "A Morte do Meu Poeta" (1998), "As Memórias de Um Espírito" (2001) e "O Mar na Lajinha" (2004) são outras das suas obras, cujo conjuto é também conhecido como o "ciclo mindelense" do autor.
Mais recentemente publicou "A Morte do Ouvidor" (2010), "Do Monte Cara Vê-se o Mundo" (2014), "Regresso ao Paraíso" (2015) e, já este ano, "O Fiel Defunto" (2018), sempre ne editorial Caminho.
Está publicado em Brasil, França, Espanha, Itália, Alemanha, Suécia, Holanda, Noruega e Dinamarca, Cuba, Estados Unidos, Bulgária, Suíça, destaca a sua editora.
Em entrevista à agência Lusa, na passada sexta-feira, em vésperas de partida para Guadalajara, Germano Almeida, que é um dos mais de 40 escritores de língua portuguesa que participam este ano nesta feira internacional, disse que quer ser o "embaixador" de Cabo Verde no certame.
"A gente espera sempre o melhor, não quer dizer que se concretize. Não só no México, como noutros mercados, gostamos que os nossos livros sejam publicados e traduzidos noutros países", afirmou à Lusa, adiantando ainda que vai aproveitar a oportunidade para promover o seu país, a sua cultura e todos os outros escritores cabo-verdiano.
"Quando faço estas viagens gosto de pensar que sou embaixador de Cabo Verde, e a minha maior preocupação é levar o nome de Cabo Verde e a cultura cabo-verdiana e mostrar que existimos. Na medida que conseguir fazer isso, já me dou como satisfeito, já digo que é um ganho para mim, para os meus colegas escritores e para Cabo Verde. A grande preocupação é engrandecer a nossa terra", afirmou.
A chegada de Germano Almeida a Guadalajara está marcada pera hoje. A presença em Lisboa, no ciclo “Camões dá que falar”, realiza-se no regresso do escritor.
Com este ciclo de conversas, iniciado em janeiro último, o Instituto Camões “abre as suas portas à sociedade civil e pretende tornar-se palco de discussões e debates, num registo informal e inclusivo, de modo a estimular a troca de ideias com a participação ativa da audiência”, como se lê no seu portal na Internet.
Neste ciclo já participaram personalidades como os escritores Mia Couto e Manuel Alegre, o ex-ministro do Ambiente Jorge Moreira da Silva, e a presidente da Fundação Champalimaud, Leonor Beleza, entre outros.
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