Na deliberação do júri, ao qual presidiu Guilherme d’Oliveira Martins, administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, assinala-se que “Um Muro no Meio do Caminho” é um romance que se “constrói sobre uma das mais pungentes tragédias contemporâneas: a dos refugiados, sobretudo sírios, em fuga de loucuras humanas cada vez mais selváticas”.

“Os tormentos experienciados em campos de refugiados, particularmente no campo da ilha de Scios, desenha o contexto em que Julieta Monginho situa a problemática deste drama contemporâneo”, lê-se na decisão.

O júri enfatizou ainda que, “escrevendo num registo muito vivo e dinâmico, beneficiando da experiência pessoal que viveu no campo de Scios, em 2016, a autora vai traçando retratos de mulheres mergulhadas num universo de dor e luto, mas também de esperança. Um livro que, sob a forma de um olhar simultaneamente afetuoso e triste, nos revela a face de uma humanidade perdida de si mesma”.

A distinguida, Julieta Monginho, nasceu em Lisboa, em 1958, e exerce funções como magistrada do Ministério Público na jurisdição de família e crianças.

Literariamente estreou-se em 1996, com “Juízo Perfeito”, ao qual se seguiram “A Paixão Segundo os Infiéis” (1998), “À Tua Espera” (2000), que lhe valeu o Prémio Máxima de Literatura, “Dicionário dos Livros Sensíveis” (2000), “Onde Está J?” (2002), “A Construção da Noite” (2005).

Com a “A Terceira Mãe” (2008) venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, e com “Metade Maior” (2012), foi finalista dos Prémios Fernando Namora e Correntes d’Escritas.

“Os Filhos de K.” (2015) também esteve entre os finalistas dos prémios Fernando Namora e P.E.N. Clube.

“Um Muro no Meio do Caminho” foi editado no ano passado, e é um romance sobre a realidade dos refugiados que, atravessando perigosamente o Mediterrâneo, procuram uma nova casa no território europeu.

Além de Guilherme d’Oliveira Martins, o júri desta 22.ª edição do Prémio Literário Fernando Namora foi constituído por José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, por Maria Alzira Seixo, José Carlos de Vasconcelos e Liberto Cruz, convidados a título individual, e por Dinis de Abreu, pela Estoril-Sol.

No ano passado, o vencedor foi Carlos Vale Ferraz, com “A Última Viúva de África”.

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