O Festival do Maio, de acordo com a organização num comunicado hoje divulgado, compõe-se de “duas noites de concertos que têm como objetivo fomentar propostas artísticas que tenham como elemento central do seu discurso a intervenção: desde a política à crítica social, do ativismo ambiental às lutas contra a discriminação de raça e género, passando pelas questões relacionadas com a defesa das identidades culturais e dos direitos à autodeterminação”.

A programação da iniciativa, organizada pela Câmara Municipal do Seixal, com direção artística do músico Luís Varatojo, “assenta em dois eixos fundamentais: a preservação da memória, trazendo a palco o legado histórico da música de intervenção e protesto; e as lutas atuais, dando voz a novos artistas e novos géneros musicais”.

No primeiro dia, a 10 de maio, atua Fausto Bordalo Dias, “um dos mais icónicos artistas da música de intervenção feita em Portugal no antes e pós-25 de Abril”. Para esse dia está também previsto o espetáculo Capicua & Mulheres da Lusofonia, no qual a ‘rapper’ Capicua convida a cantora Sara Tavares e a ‘rapper’ Eva Rapdiva. O primeiro dia termina com a atuação de Kusturica and The No Smoking Orchestra, que irá apresentar “clássicos das bandas sonoras dos seus filmes, sempre bem acompanhado por uma das maiores bandas da música balcânica”.

No segundo dia, o festival inclui a atuação de Pedro Jóia e o Quarteto Arabesco e o espetáculo “Canções para Revoluções”, com direção musical do maestro Cesário Costa, “que reúne repertório representativo da música de intervenção de vários países do espaço geográfico ibero-americano e arranjado para orquestra sinfónica (Orquestra Sinfonietta de Lisboa) e coro”.

“Sem se perder a eficácia das mensagens e das melodias simples e diretas, os novos arranjos de autoria de Pedro Moreira conferiram uma outra dimensão a canções como ‘Coro da Primavera’ de José Afonso, ‘Cálice’ de Chico Buarque, ‘Todo Cambia’ de Mercedes Sosa ou ‘Hasta Siempre’ de Carlos Puebla”, refere a organização, adiantando que os temas serão interpretados por “um elenco composto por nomes da música popular – António Zambujo, Lura, Uxía e Vitorino – e do canto lírico – Marina Pacheco (soprano) e Mário Alves (tenor)”.

O festival termina com o DJ set “A Revolução não passa da televisão”, com Luís Varatojo e Homem do Leme, “com uma seleção de música revolucionária de vários pontos do globo feita propositadamente para o evento”.

O Festival do Maio decorre no Parque Urbano do Seixal e os bilhetes já estão à venda nos locais habituais.