A programação completa, hoje divulgada, contempla 60 filmes e atividades paralelas, e esta edição estender-se-á, depois, até junho, com sessões em sala, para poder voltar à cidade e ao espaço físico após o período de confinamento.
Adiado para este ano pela pandemia de covid-19, com a esperança de “um ano mais calmo e normal”, essas expectativas saíram goradas e o ‘online’, primeiro, e o presencial, mais tarde, foram a solução encontrada, pelos promotores.
A atravessar as duas ‘versões’ estará o mesmo programa, a que se somam entrevistas e outro tipo de conteúdos nas redes sociais do festival, bem como uma secção educativa, com aulas e oficinas para profissionais.
Com 60 filmes, o programa divide-se entre o lado competitivo e secções focadas no documentário, em filmes experimentais e em criações de estudantes de cinema, com um momento ‘de festival’, de 24 a 28 de março, e os filmes disponíveis na plataforma até 04 de abril, explica a organização.
“Acho que a parte competitiva tem a ideia do ‘wild, wild east’. O ‘Leste selvagem’, um dos nossos motes. Tem pequenas janelas do Leste, com pequenas histórias, sobre relações, sobre famílias, a comunidade LGBT+. Queremos ter uma parte de diversidade da Europa de Leste e não tanto estereótipos” sobre essa região, defende o diretor.
Assim, e a olhar para o lado “selvagem no bom sentido” da nova onda de realizadores, também há espaço para uma retrospetiva dedicada às criações de animação do estúdio Kyivnaukfilm, da Ucrânia, nos anos de 1980.
A Roménia é o país em foco na quarta edição, com honras de filme de abertura, “Ivana The Terrible”, uma obra entre o documentário e a ficção, a partir da vida da própria realizadora, Ivana Mladenovic.
“Acasa, My Home” é outro destaque, com o filme realizado por Radu Ciorniciuc a receber, em 2020, o prémio de cinematografia no festival de Sundance.
O documentário segue uma família de 11 pessoas que têm de abandonar 20 anos de comunhão com a natureza, para se adaptarem à vida em Bucareste, enquanto “The Distance Between Me and Me”, de Dana Bunescu e Mona Nicoara, explora a imagética e o trabalho de Nina Cassian.
Ao todo, no festival, são 12 os filmes em concurso na secção “East Wave” e 10 na secção experimental com outros quatro na secção de documentário, que inclui “Invisible Paradise”, estreado no Visions du Réel de 2020.
O filme da bielorrussa Daria Yurkevich segue três irmãs daquele país que cresceram numa comunidade piscatória, vista como um paraíso, mas muito próxima da zona de exclusão de Chernobyl.
Uma parceria com a romena Universidade de Cluj-Napoca permite trazer vários filmes escolares para o programa, que contempla ainda duas conferências, uma delas sobre mulheres no cinema europeu, pela produtora Ada Solomon e a programadora Irina Trocan.
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