“Temos artistas do passado, que na altura eram inovadores e influenciaram aqueles que estão hoje na vanguarda, e outros, mais experimentais, que nos dão um lamiré sobre o que vai acontecer no futuro”, disse hoje à agência Lusa Ilídio Chaves, diretor geral da Soniculture, promotora do FORTE.

A organização apresentou hoje um conjunto de 21 nomes que constarão do cartaz do festival, cujo espetáculo de abertura de “forte componente visual” estará a cargo do produtor alemão Pantha du Prince e do baterista e compositor norueguês Bendik HK “numa das suas raras apresentações mundiais”, destaca.

Do alinhamento de artistas constam ainda nomes que “influenciaram diferentes tempos da música eletrónica”, como o produtor britânico Surgeon ou os franceses The Hacker e Unwelt e, ligados ao presente daquela arte digital, o espanhol Óscar Mulero, Helena Hauff ou Function, entre outros.

O cartaz já anunciado inclui também sete artistas designados como “os precursores do futuro” – Anastasia Kristensen (Dinamarca), Blush Response (EUA), I Hate Models (França), Mumdance (Inglaterra), Neel (Itália), Stanislav Tolkachev (Ucrânia) e Sverca (Espanha) – enquanto o alemão nascido em Munique Robert Henke regressa ao FORTE onde atuou em 2015 para criar uma instalação de som ‘surround’ “com o objetivo de conceber a arena de dança do futuro”, assinalam os promotores.

O encerramento do FORTE, a 02 de setembro, estará a cargo do som hipnotizante do produtor italiano Donato Dozzy.

Ilídio Chaves assumiu que o festival – que decorre no castelo de Montemor-o-Velho e cuja lotação é limitada a cinco mil espetadores por dia, dado as especificidades do recinto – “não é fácil” de organizar, mas argumenta que o evento, que tem um orçamento “máximo” a rondar os 300 mil euros “foi sempre pensado para ser autossustentável”.

Já Emílio Torrão, autarca de Montemor-o-Velho, frisou que o festival se vai manter e com ele o elenco “muito dispendioso, do top mundial”, reconhecendo que o FORTE, que não é apoiado financeiramente pela autarquia, “está sempre no limiar do prejuízo”.

“Mas é um evento comercial e tem de resolver os seus problemas comerciais. A Câmara Municipal aqui é facilitadora”, argumentou, aludindo ao apoio logístico disponibilizado pela autarquia e isenção de taxas à organização do festival.

Emílio Torrão frisou que o festival “é um dos eventos culturais mais importantes” dessa vila do Baixo Mondego e fez uma comparação entre as figuras históricas dali oriundas que estiveram ligadas aos descobrimentos há 500 anos e o público que agora acorre ao castelo de Montemor-o-Velho, na grande maioria estrangeiro.

“Agora vêm do Japão, da Nova Zelândia, da Austrália, de destinos que nós descobrimos há 500 anos e agora nos descobrem a nós”, ilustrou o autarca.