Nesta 13.ª edição do Fuso, a programação irá propor novas perspetivas da videoarte, com autores e obras contemporâneas, e peças históricas raramente ou nunca vistas em Portugal, segundo a organização.

Em julho, o festival tinha anunciado uma seleção de 16 obras de 16 artistas entre 220 candidaturas de 91 criadores, duplas e coletivos.

Nesta edição, a organização propõe-se explorar o termo “fronteira” no seu sentido físico e digital, geográfico e político, “associado, inevitavelmente, a ideias contraditórias de pertencimento e exclusão, de liberdade e restrição, de proteção e defesa”.

Serão apresentados no festival – produzido pela Duplacena – programas curatoriais associados à temática, com conversas no final de cada sessão, moderadas pelo jornalista Vitor Belanciano.

A curadora brasileira Daniela Labra programou uma sessão intitulada “Voo livre” composta por nove vídeos, de artistas maioritariamente sul-americanos, que abordam temas contemporâneos, como espiritualidade, performatividade, antropoceno, ficção científica, futurologia, transdisciplinaridade, cultura digital, revisões históricas e finalmente a dança como elemento de revolução social. Esta sessão é exibida no dia 26 de agosto no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.

No dia 27 de agosto é exibido, no Palácio Sinel de Cordes, o programa do curador espanhol Agustin Pérez Rubio, “Lenguas de Fuego”, um título baseado no texto de Gloria Anzaldúa (1942-2004) — considerado por alguns especialistas como a obra seminal do nascimento dos estudos ‘queer’ coloniais.

Susana Sousa Dias apresenta, um dia depois, a sessão “Avant l’existence”, onde propõe cinco trabalhos de cinco artistas que operam “na intersecção entre arte e política, expondo estes constrangimentos e abordando maneiras de os superar, tornando visível e audível o que se pretende manter oculto”.

No último dia do festival, a 29 de agosto, a curadora norte-americana Lori Zippay, que regularmente marca presença no Fuso, irá programar uma sessão especial em homenagem à norte-americana Barbara Hammer (1939-2019), reconhecida como a pioneira do cinema experimental ‘queer’ e feminista.

De entre mais de 90 filmes do legado que Hammer deixou, Lori Zippay selecionou três obras representativas do seu trabalho: “Sisters!” (1973), “Sanctus” (1990) e “Generations” (2010).

A concurso vão estar obras de videoarte dos artistas Cristina Ataíde, Pedro Calapez, Ema Ramos, Bruno Carnide, Eduardo Brito, Francisco Miguel, Grégory Le Lay, o coletivo Helena Inverno, Verónica Castro e Bouchra Ouizguen, Nuno Nunes-Ferreira, Paula Albuquerque, Renata Bueno, Sally Santiago, Sara Bernardo, a dupla Sofia Arriscado e Costanza Givone, Susana Anágua e Tânia Dinis, selecionados para concurso por Jean-François Chougnet, diretor artístico do FUSO, na sequência de uma ´open call´.

As obras serão apresentadas na abertura do festival, a 25 de agosto, no Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa.

A organização irá atribuir dois prémios: o Prémio Aquisição Fundação EDP/MAAT para a melhor obra eleita pelo júri presidido por Margarida Chantre (Fundação EDP/MAAT), e o Prémio Incentivo Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual, atribuído pelo público, que consiste numa bolsa de estudos.

Lançado em 2009, o festival foi criado para expor cruzamentos com linguagens de filme experimental, da performance, da fotografia e do cinema, na perspetiva de “dar uma nova abertura à imagem em movimento do século XXI”.

O Fuso – Anual de Videoarte Internacional de Lisboa, que nesta edição decorre até 29 de agosto, tem vindo a acontecer ao ar livre, em espaços como jardins e claustros de museus e palácios, com entrada gratuita, dirigido a artistas, curadores, público em geral, instituições portuguesas envolvidas na prática artística da videoarte e ainda especialistas e responsáveis por coleções internacionais.

O Fuso 2021 está inserido no programa “Lisboa na Rua”, uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa e da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural.

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