A edição deste ano do Festival Literário da Madeira (FLM) decorre até sábado, no Teatro Municipal Baltazar Dias, sob o tema “Jornalismo e Literatura — Palavra que prende, palavra que liberta”, com a presença de autores de várias nacionalidades, segundo a organização, Eventos Culturais do Atlântico (ECA).

A sessão de abertura cabe a Mick Hume e a Ricardo Araújo Pereira, que vão debater uma frase do escritor Salman Rushdie — “O que é a liberdade de expressão? Sem a liberdade para ofender, cessa de existir” –, numa conversa conduzida pelo jornalista João Paulo Sacadura.

A sessão de encerramento, ao final de tarde de dia 17, cabe ao escritor peruano Daniel Alarcón e ao escritor e tradutor espanhol Javier Cercas, que vão conversar sobre se “Jornalismo é literatura com pressa”, uma afirmação de Matthew Arnold.

Entre estes dois momentos, haverá espaço para mais cinco “conversas cruzadas”, a primeira das quais entre a escritora neozelandesa Eleanor Catton, o escritor José Luís Peixoto e a escritora finlandesa Sofi Oksanen, sobre o tema “O trabalho da boa ficção é confortar o perturbado e perturbar quem está confortável” (David Foster Wallace).

Clarice Lispector disse certa vez que “a realidade é mais inatingível que Deus — porque não se pode rezar para a realidade”, uma afirmação que justificará também uma conversa, desta feita entre o escritor e tradutor norte-americano Benjamin Moser e a jornalista Raquel Marinho.

Os jornalistas Cândida Pinto, Carlos Fino e Paulo Moura, moderados por Paulo Jardim, também protagonizam um momento de debate em torno da afirmação de Ryszard Kapuscinski segundo a qual “o mundo está à espera de uma grande história, de um furo jornalístico, de uma narrativa sensacional escrita debaixo de uma chuva de balas”.

“A vista de Jerusalém é a história do mundo; é mais do que isso; é a história do céu e da terra” dá o mote para uma conversa entre Esther Mucznik, fundadora do Museu Judaico de Lisboa, o frade dominicano Frei Bento Domingues e Sheik David Munir, imã da mesquita central de Lisboa.

A última conversa, antes do encerramento, vai desenrolar-se em torno de uma frase de Philip Roth – “compreender as pessoas não tem nada a ver com a vida. O não as compreender é que é a vida” — e caberá à jornalista Clara Ferreira Alves, à escritora norte-americana Otessa Moshfegh e ao escritor José Gardeazabal.

A fadista Aldina Duarte protagoniza o momento musical, na sexta-feira, apresentando-se pela primeira vez na Madeira, com o espetáculo “Quando Se Ama Loucamente”, título do seu mais recente álbum, inspirado em Maria Gabriela Llansol.