A edição deste ano do festival encerrou no domingo com “um balanço extremamente positivo”, disse à agência Lusa Humberto Marques, presidente da Câmara de Óbidos, destacando “um substancial aumento da participação nas várias atividades” e a qualidade do programa, considerado “o melhor das quatro edições”.

Para isso concorreu o tema “Ócio, negócio e a invenção do futuro” e a aposta “numa programação calibrada entre o erudito e o popular” em que, sem deixar de “ser interessante para as elites [intelectuais]”, convidava “as outras pessoas a participar”, acrescentou.

A quarta edição do Folio marcou também, segundo Humberto Marques, “uma verdadeira territorialização do evento, com a participação nos diferentes capítulos do festival de pessoas que passaram da cadeira do espetador à cadeira do ator principal”, no âmbito de “uma política de democratização da cultura”.

Para o autarca, o festival, que “não ficou apenas amarrado ao livro”, ampliou “a dimensão do pensamento” com as reflexões partilhadas entre autores e o público ao longo de 11 dias [de 27 de setembro a 07 de outubro], com 831 horas de programação marcadas por 26 mesas de escritores, 25 concertos e 13 exposições.

Num ano em que contou com a participação de outros festivais literários de Portugal, dos Estados Unidos e do Brasil, o Folio ficou ainda marcado pelo arranque de “uma rede” de parcerias que vão refletir-se na edição de 2019.

Da parceria com a FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty, resultará a abertura de “uma casa permanente de Óbidos Vila Literária naquela cidade”, que levará a produção literária nacional ao outro lado do atlântico.

Um feito que Humberto Marques considera justificar “um aumento de apoios institucionais” ao festival que, nesta edição, foi quase integralmente suportado pela autarquia, contando apenas com o apoio monetário do Ministério da Educação para a realização do seminário “Folio Educa”.

“Se havia dúvidas em relação à estratégia Óbidos Vila Literária e ao Folio, elas estão dissipadas e creio que agora é o momento de quem gere fundos públicos poder dar um sinal ao país”, já que o festival “não projeta apenas Óbidos, mas também Portugal”.

Este balanço positivo foi secundado por José Pinho, da Sociedade Óbidos Vila Literária, para quem os resultados desta edição mostram “que este é o modelo a seguir em próximas edições”, em que a organização “tentará não repetir muito os autores” e atingir, na quinta edição, o objetivo de que “todos os autores portugueses passem pelo Folio”.

Com o apoio das editoras, diretores e programadores dos festivais internacionais, os organizadores pretendem, ainda, conseguir “trazer nos próximos anos novos autores de língua portuguesa” e contribuir para o aumento em Portugal da edição de autores da lusofonia.

José Pinho revelou, também, que o tema da próxima edição “andará ligado aos 500 anos da viagem de Fernando de Magalhães e que o Folio 2019 irá realizar-se de 10 a 20 de outubro, para não coincidir com outros festivais nacionais.