De acordo com o museu, esta rara obra civil quinhentista será exposta no ciclo "Obras em Foco", na sequência de uma recente intervenção de conservação realizado no museu.

De autor desconhecido, a fonte (1501-1515), em calcário, é uma peça "enigmática quanto à sua origem", e formalmente isolada, que associa duas cabeças coroadas e dois escudos.

Ainda segundo o museu, a representação simultânea das empresas de Manuel e de Leonor no mesmo monumento é rara, mas ocorre, por exemplo, no Pelourinho de Óbidos.

Enquadrada no contexto da arte pública do período manuelino, esta peça é composta por uma coluna torsa decorada com escamas de réptil, rematada por duas bicas antropomórficas, uma com rosto feminino coroado e a outra, também coroada, com rosto masculino barbado.

Nas faces laterais da coluna relevam-se dois escudos, o primeiro com a esfera armilar esculpida em alto-relevo, com elíptica onde corre a inscrição E. M. P. R. P – Emanuel Primus Rex Portugaliae, correspondente ao nome de Manuel I (1495-1521) – em capitais romanas.

No segundo, com o mesmo talhe, mostra o camaroeiro, empresa da rainha Leonor, mulher de João II (1481-1495), e irmã de Manuel I.