Segundo o presidente da autarquia da Guarda, Sérgio Costa, a candidatura da cidade mais alta do país “foi enviada na sexta-feira, por correio”, para análise do júri internacional.
“O ‘dossier’ foi entregue e as ordens que nós [executivo municipal] demos foi para dar seguimento a tudo o que estava preparado. E não estava preparado nenhuma festa. Nem gastar mais dinheiro, ainda, com divulgações”, disse o autarca, para justificar o facto de o município não ter assinalado o momento com um ato público como aconteceu com outras cidades candidatas.
Sérgio Costa disse aos jornalistas, no final da última reunião do executivo municipal, realizada na segunda-feira, “que só o trabalho da paginação e do ‘design’ do ‘dossier’, do caderninho” da candidatura, custou aos cofres municipais 20 mil euros (mais IVA) e “a tradução custou qualquer coisa como 2.500 euros” (mais IVA).
O autarca explicou que já foi o executivo que lidera, que tomou posse no dia 16 de outubro, a adjudicar a elaboração do processo final da candidatura, “dando seguimento ao que estava já para trás”.
“Nós limitámo-nos a dar seguimento. Mas não estava previsto nenhuma festa. Houve uma reunião com todas as Câmaras Municipais da região, na passada semana, onde [o processo] foi apresentado pelo diretor executivo. E, portanto, o ‘dossier’ está a ser apresentado e aguardemos pelas boas notícias que nós ambicionamos todos”, declarou.
Questionado sobre os valores gastos até ao momento pelo município com a candidatura a Capital Europeia da Cultura, respondeu que “a seu tempo” falará “sobre os números “.
“Até lá, resta-nos esperar, agora, que o júri faça a sua boa análise. Estou expectante e quero mesmo acreditar que seja possível [vencer] depois de tamanho investimento que foi feito”, rematou.
Sérgio Costa contou que já lhe disseram que “a Guarda não foi envolvida neste processo, a sociedade guardense, as associações culturais, as escolas, as Juntas de Freguesia, não foram verdadeiramente envolvidas”, mas continua “a estar expectante que seja possível ganhar a Capital Europeia da Cultura”.
Se tal acontecer, assume o “compromisso de honra”: “A sociedade guardense vai ser toda envolvida”.
“Queremos efetivamente fazer cultura com os de cá, essencialmente com os de cá. É isso que nós devemos trabalhar, defender os que cá estão e não aqueles que estão numa cidade vizinha. Se não formos nós a defender a Guarda, mais ninguém a defende”, concluiu.
A candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura em 2027 tem como diretor executivo o arquiteto Pedro Gadanho, ex-diretor do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, e ex-curador do departamento de arquitetura e 'design' do Museum of Modern Art (MoMA), em Nova Iorque.
O Conselho Estratégico é liderado pelo professor na Universidade da Beira Interior Urbano Sidoncha e a Comissão de Honra pela antiga ministra Teresa Gouveia.
O Conselho Geral é presidido pelo presidente do município da Guarda e integra os presidentes das 17 autarquias que estão envolvidas no projeto.
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