Este artigo tem detalhes do segundo episódio da última temporada da Guerra dos Tronos – os chamados “spoilers” –, pelo que se ainda não o viram, não continuem a ler. Ou continuem, se a vossa “cena” for ler bitaites sobre a série em vez de a ver. Aqui não julgamos ninguém.

Ao segundo episódio da última temporada da Guerra dos Tronos, aqueles que se preparam para tentar derrotar o Rei da Noite e o seu exército sentiram a morte a chegar. Sentiram que, provavelmente, esta seria a última oportunidade para fazerem algo de que verdadeiramente gostavam (ou, até, desconheciam – já lá vamos, Arya!) antes de um combate que promete fazer desaparecer personagens que nos acompanham há praticamente uma década.

Para quem acompanha a série desde o seu início, foi impossível não sentir uma certa sensação de perda futura, como se também estivéssemos lá, com aquelas personagens, a contar os últimos cartuchos para um domingo que promete colocar muita gente a chorar, ou não estivesse aí a Batalha de Winterfell.

Mas antes disso, antes de se celebrar a vida de várias formas porque a morte pode estar à porta, era preciso haver redenção. Neste caso, de Jaime Lannister, que no início do episódio tentou convencer Daenerys de que, não obstante ter assassinado o seu pai, era um tipo mudado e gostava de combater a seu lado para, no fundo, tentar ajudar a salvar a humanidade “throniana”. Depois, pediu desculpa a Bran por aquilo que aconteceu no primeiro episódio de sempre da série (se a esta altura ainda não sabem – ou já não sabem – de que se trata, não sei o que estão a fazer neste texto...!). Por último, ordenou Brienne cavaleira, naquele se pode considerar um momento #MeToo do episódio, ou não tivesse sido antecedido pelo seguinte diálogo entre Turmond e a recém-ordenada cavaleira:

Brienne: Mulheres não podem ser cavaleiros.

Turmond: Porquê?

Brienn: Tradição.

Turmond: Que se f*da a tradição.

E Jaime, de facto, mandou f*der a tradição, tornando cavaleira a mulher que está apaixonada por si há já algumas temporadas, o que arrancou uma lagrimita à sempre-pronta-para-a-cacetada Brienne.

Tudo isto teve lugar à volta de uma lareira onde Jaime, Tyrion, Sir Davos, Turmond, Brienne e Podrick bebem vinho e jogam conversa fora, momentos antes da batalha. Para estas personagens, a morte enfrenta-se com álcool, dois (ou mais) dedos de conversa e... música.

A música entoada pelo tímido Podrick (cuja letra já está a gerar teorias Internet fora) serviu de banda sonora aos momentos finais de um episódio onde Sansa se reencontrou com Theon, Arya perdeu a virgindade com Gendry, Grey Worm e Missandei fizeram juras de amor eterno (foi só a mim que me cheirou que o guarda favorito de Daenerys não chega ao final da temporada?) e, por último, Jon Snow revelou a Danny que é seu sobrinho. Curiosamente, a Rainha dos Dragões ficou mais preocupada com a possibilidade de este ter pretensões ao trono do que com o incesto entre ambos, mas isto é a Guerra dos Tronos e prioridades são prioridades.

Contas feitas, e tal como no primeiro episódio desta temporada, não tivemos avanços significativos na ação da trama, mas este episódio soube mais a “Guerra dos Tronos” do que o primeiro: mais tensão, mais emoção, melhores diálogos, menos “momentos-fofinhos-em-cima-de-dragões”. E isso é uma coisa boa.

Até para a semana!