O festival, a decorrer até ao próximo dia 19, vai levar aos palcos da cidade nomes como o saxofonista Rudresh Mahanthappa, o trompetista Ambrose Akinmusire e Donny McCaslin (que liderou a banda que gravou “Blackstar”, com David Bowie), entre muitos outros, e abre hoje com a Big Band LUME, a Banda da Sociedade Musical de Pevidem e o Coro BJazz da Escola de Jazz do Convívio, num concerto sob direção de Marco Barroso.
“Este regime de proximidade e esta possibilidade de o festival se abrir a áreas de intervenção para os jovens, torna-o num processo mais enriquecedor e mais complexo e interessante. Isto é que diferencia verdadeiramente o festival, porque festivais, como dizia o outro, há muitos. Agora, esta fórmula tão trabalhada e com envolvência dos jovens torna isto tudo muito mais festivo, mais celebratório”, disse Ivo Martins.
De acordo com o programador do festival, “a edição deste ano é um programa que se define muito da base para o topo”, ou seja: “Muitas vezes nós preocupávamo-nos muito em trazer os líderes, e os líderes vinham acompanhados de músicos que, para nós, por vezes, eram secundários. A figura do líder apagava os restantes músicos e não tínhamos uma preocupação em trazer os músicos que vinham com o líder. Este ano, concebemos o programa ao contrário”.
“É um festival de um nível elevado, em termos geracionais muito transversal e mais novo, os músicos são mais novos do que os dos anos anteriores, e esta foi uma estratégia de atuação e por isso é que nós dissemos que estávamos mais preocupados em apresentar jazz contemporâneo”, referiu Ivo Martins.
Segundo o programador, a organização do evento está agora mais preocupada com “o que vem a seguir do que o que está feito, porque o mais importante é o futuro, é a forma como o festival vai sobreviver e como é que [se vai] reinventar o festival”.
Sobre se é possível conceber os 50 anos do Guimarães Jazz, Ivo Martins responde de forma afirmativa: “Tudo é possível. Tenho de acreditar nisso. Assim como acho que é possível este festival ser feito em qualquer lugar. Acredito nisso, porque senão estava a transformar o festival num milagre e eu não acredito em milagres”.
Embora possível, Ivo Martins explica que o evento só é viável devido a “uma conjuntura bastante favorável que se foi descobrindo, não existia”, sendo hoje muito mais do que o lado mais mediático dos concertos, no grande auditório do Centro Cultural Vila Flor, fazendo “pedagogia [e tendo] grupos de jovens músicos a tocar e a ensaiar”.
“O problema de o festival ser possível noutro sítio é que não pode ser feito em dois ou três anos e muitas vezes as pessoas que dirigem os sítios querem resultados imediatos e um festival com estas características não é um resultado imediato”, lembrou.
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