De acordo com a Câmara de Grândola, em comunicado, a instalação é composta por quatro peças consideradas ícones do designer francês de calçado: a Tote Bag da coleção PORTUGABA, lançada em 2019 e inspirada em Portugal, e os sapatos Melina, Pigalle Strass e Divazeppa.

A vice-presidente da Câmara de Grândola, Carina Batista, explicou hoje à agência Lusa que se trata de “um espaço, com algumas dimensões, dedicado aos trabalhos de Christian Louboutin” e que acolhe “quatro peças” com “a sua assinatura”.

As peças “originais” vão ficar expostas, a partir de sábado, “numa espécie de vitrina” que “veio diretamente de França” para o museu.

“São peças originais. Não são réplicas, nem miniaturas”, realçou a autarca, que não quis desvendar mais pormenores acerca da instalação, mas avançou que não está prevista a presença do artista francês na inauguração.

O trabalho do designer, que tem uma residência de férias próximo da Lagoa de Melides, neste concelho alentejano, onde está a construir um hotel de charme, vai ficar patente no museu por tempo indeterminado.

O convite ao criador parisiense partiu do município, à semelhança de outras colaborações que Christian Louboutin tem realizado em vários museus de todo o mundo.

“Foi um desafio que lançámos a este artista que já é considerado um residente, na medida em que tem vários investimentos no concelho, alguns em andamento e outros em projeto”, indicou Carina Batista.

Com a instalação de Christian Louboutin no Núcleo Museológico de São Pedro, que convida o visitante a uma “viagem” pelo passado histórico e arqueológico do concelho de Grândola, a autarquia assumiu quer “olhar para o futuro e conciliar o equilíbrio entre o passado e a modernidade”.

“A participação de Christian Louboutin surge neste sentido e pretende dar a conhecer alguns dos seus trabalhos inspirados nas tradições do nosso país. Pelo seu mediatismo, não temos dúvida de que reforçará a atratividade deste espaço”, acrescentou.

A coleção PORTUGABA, composta pela Tote Bag (mala grande e sem fecho), é um tributo às técnicas artesanais portuguesas, como os puxados e os ripados, e revela a paixão do designer por Portugal.

A mala, que combina o folclore, o simbolismo e história das diferentes regiões do país, apresenta uma mistura de contas de cerâmica trabalhadas, à semelhança dos azulejos portugueses, e painéis inspirados na tradicional Capa de Honra, de Miranda do Douro.

Resultante da recuperação da antiga Igreja de São Pedro, edifício dos finais do século XVI, e da antiga Central Elétrica, no centro tradicional da vila, o Núcleo Museológico de São Pedro envolveu um investimento global de 900 mil euros, dos quais 600 mil foram verbas de apoios comunitários.

A abertura ao público do Núcleo Museológico de São Pedro está marcada para as 09:30 de sábado, segundo a câmara municipal.