Tal como em 2022, a Feira do Livro de Coimbra volta a ter como palco a Praça do Comércio, na Baixa da cidade, apostando num programa centrado na palavra, associada à literatura, mas também à sua relação com a música, as artes plásticas e performáticas, afirmou hoje a diretora do Departamento de Cultura e Turismo da Câmara Municipal, Maria Carlos Pêgo.

No espaço, haverá 40 stands de livreiros, editoras e alfarrabistas de vários pontos do país, contando com uma “programação eclética e abrangente, direcionada para as expectativas dos diferentes públicos”, realçou.

Na sua 44.ª edição, a feira será também palco de celebração de centenários de vários escritores como Eugénio de Andrade, Mário Cesariny e Natália Correia, com um destaque particular para o centenário do nascimento de Eduardo Lourenço, escritor e pensador com “uma forte ligação à cidade” e que será objeto de uma criação de arte urbana num edifício municipal da Praça do Comércio pela artista Aheneah, que utiliza ponto-cruz para as suas obras.

Segundo Maria Carlos Pêgo, este será apenas “o pontapé de saída” da programação do município para celebrar o legado de Eduardo Lourenço.

Pelo palco que estará montado na Baixa da cidade, vão passar vários músicos com uma ligação forte à palavra, entre os quais Joana Alegre, Adolfo Luxúria Canibal, A Garota Não, a Lisbon Poetry Orchestra, com o espetáculo “Os Surrealistas”, Maze & Spock e ainda NERVE, com o seu projeto de sessões de poesia de autor “Purga”.

Para além dos concertos, haverá também uma programação com músicos e artistas emergentes de Coimbra, a cargo da associação cultural Apura, que propõe vários espetáculos e performances que entrecruzam a poesia e a música.

Pela Feira do Livro, irão também estar presentes vários escritores, como é o caso de Regina Guimarães, Afonso Cruz e a brasileira Djamila Ribeiro.

Na programação para o público infantojuvenil, estão previstas horas do conto e atividades em que participam escritores como José Fanha, Milu Loureiro, Fernando Marques Pereira e Carolina Sapienza-Bianchi e João Manuel Ribeiro.

O presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, que tem a pasta da cultura, destacou as parcerias firmadas em torno da Feira do Livro, considerando que é fundamental a autarquia “abrir o espaço e as portas a todos e a todas”.

Segundo o autarca, o orçamento para a edição deste ano foi reduzido em cerca de 65 mil euros (o investimento em 2023 é de 127 mil euros), numa perspetiva de procurar “fazer mais e melhor com menos recursos”.

Antecipando perguntas dos jornalistas sobre o tema, José Manuel Silva esclareceu que a vontade de ampliar a Feira do Livro para outros locais da Baixa – assumida no passado – “continua em cima da mesa”, mas escudou-se nas “perspetivas financeiras” para não avançar com essa pretensão este ano.

“Não temos meios financeiros para fazê-lo este ano, mas o horizonte está aí de nos espalharmos por outros largos” da Baixa, vincou.

A feira conta com a parceria da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, Associação de Doceiros de Coimbra, Associação Portugal Brasil 200 anos, associação Apura, associação Há Baixa, Cooperativa Bonifrates, Associação Recortar Palavras e Associação Académica de Coimbra), tendo ainda o apoio do Forum Coimbra, da fundação INATEL e da Previdência Portuguesa.