A escritora portuguesa Lídia Jorge defende o papel da literatura para ajudar a distinguir a realidade da ficção, afirmando que se hoje há muitas 'fake news' é porque as pessoas não leem literatura.
"Há muitas 'fake news' porque as pessoas não leem literatura", lamentou a autora de “A Costa dos Murmúrios”, que está em Santander, Espanha, para participar num encontro literário organizado pela Universidade Internacional Menéndez Pelayo (UIMP).
Num encontro com jornalistas, a escritora defendeu o papel da literatura na separação entre "fantasia e realidade" face às 'fake news', que, disse, tentam "criar ficção na realidade".
Os líderes políticos, como o antigo Presidente dos EUA, Donald Trump, "mentem permanentemente porque não sabem ficcionar", disse.
Lídia Jorge falou também sobre as diferenças entre os escritores portugueses e espanhóis, considerando a escrita portuguesa "mais serena e lenta" e a escrita espanhola "mais exterior e extrovertida".
Relativamente a Espanha, rejeitou a conceção do filósofo José Ortega y Gasset e a "Espanha invertebrada".
"A Espanha tem várias vértebras", afirmou.
E defendeu uma literatura que fale de raízes, algo que não vê nas novas gerações de escritores, porque, na sua leitura, “a nova geração é de viajantes".
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