Inaugurada a 11 de janeiro, a exposição recebeu 2.635 visitantes nos primeiros cinco dias e, devido à “grande afluência de público”, o museu anunciou, esta semana, o prolongamento do horário até às 22:00, de quinta-feira a sábado, penúltimo dia da mostra.

Contactada pela agência Lusa, fonte do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, sugeriu, como preferencial, a visita da exposição durante os dias úteis da semana, “para evitar os prolongados tempos de espera no fim de semana”, que chegam a atingir mais de hora e meia.

A mesma fonte indicou que a exposição não será prolongada, e que no domingo, 26 de fevereiro, último dia, o museu irá encerrar no horário normal, às 18:00.

Depois de ter estado dois meses, no ano passado, no Museu Soares dos Reis, no Porto, onde recebeu cerca de 43 mil visitantes, a mostra “Amadeo de Souza-Cardoso/Porto Lisboa/2016-1916″, com 81 obras, vai ficar no Museu do Chiado até domingo.

Estas exposições evocam as duas realizadas há um século, pelo artista, respetivamente, no Porto, no Jardim Passos Manuel, de 1 a 12 de novembro de 1916, e a segunda, em Lisboa, na Liga Naval Portuguesa, de 04 a 18 de dezembro.

Na Liga Naval, em Lisboa, Amadeo conseguiu apenas o espaço da sala de leitura para as suas 113 obras, mas, no Museu do Chiado, as 81 peças que a organização conseguiu reunir são acolhidas em cinco salas.

Esta evocação das exposições realizadas pelo próprio artista no Porto e em Lisboa, há cem anos, resultou de uma proposta apresentada por Raquel Henriques da Silva, historiadora de arte e curadora da mostra, em conjunto com Marta Soares.

As obras apresentadas por Amadeo em 1916 provocaram grande escândalo e polémica, sobretudo no Porto, devido à incompreensão da época relativamente às estéticas de vanguarda.

No entanto, em Lisboa, teve o apoio de outros artistas, como Almada Negreiros, que a divulgou com entusiasmo.

Almada Negreiros chegou a distribuir um manifesto no qual escrevia que a exposição de Amadeo de Souza-Cardoso era mais importante do que a descoberta do caminho marítimo para a Índia, por Vasco da Gama.

Amadeo de Souza-Cardoso vivia em Paris, mas regressou a Portugal no início da Primeira Guerra Mundial como um pintor reconhecido nos meios da vanguarda, tendo participado em exposições coletivas em Paris, Berlim, Nova Iorque, Chicago, Boston e Londres.

As duas exposições de 1916 foram as últimas feitas em vida do artista, que viria a morrer dois anos mais tarde, vítima da gripe espanhola, com apenas 31 anos.