Na terça-feira, o Plano Nacional de Leitura 2027 (PNL2027) irá celebrar o Dia Mundial do Livro com a marcha “Manifesta-te pela Leitura”, em defesa do livro e da leitura.

A marcha terá início na Praça Luís de Camões, em Lisboa, seguirá pelo Chiado, com paragens para leituras em voz alta nas livrarias BD Mania, Bertrand, Férin e FNAC. O desfile será ainda acompanhado por músicos e artistas do Chapitô, que irão fazer a banda sonora desta festa do livro e da leitura, no centro da capital portuguesa.

A Fundação José Saramago recebe a visita do historiador Manuel Loff, para uma conversa sobre o fascismo em Portugal, com entrada livre sujeita à lotação da sala.

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) e as Bibliotecas de Lisboa celebram o dia com a iniciativa “Ler em Todo Lado”, que conta com várias atividades, organizadas em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, a decorrer em diversas livrarias e bibliotecas durante o mês de abril.

O Jardim dos Coruchéus, em Lisboa, recebe leituras diversas de poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen - de quem este ano se assinala o centenário do nascimento -, por Conceição Candeias e Guilherme Pires, numa seleção de textos feita pelos próprios.

A Biblioteca do Palácio Galveias terá um ciclo de concertos da Escola Artística de Música do Conservatório Nacional, com o quarteto de cordas, constituído por Ulilan Pereira, Guilherme Reis, Francisca Galante e António Marques, que tocarão Shostakovitch, Beethoven e Schullhof.

Na Biblioteca Orlando Ribeiro, também em Lisboa, haverá uma leitura encenada que revisita os textos de Sophia de Mello Breyner Andresen, “Sophia na Biblioteca Andante”.

A Casa Fernando Pessoa, em parceria com o Amoreiras 360º Panoramic View, irá apresentar “Coroai-me de rosas”, na voz dos atores Teresa Coutinho, Miguel Loureiro e António Fonseca. O evento terá entrada livre com lotação limitada a 45 pessoas.

No Porto, a iniciativa "Todos a Ler!" destaca a obra de Sophia de Mello Breyner Andresen e de Jorge de Sena - outro centenário de 2019 -, com o programa “Sophia e Jorge 100 anos”, na Biblioteca Almeida Garrett.

O dia começa e acaba com o espetáculo “A Viagem”, de Joana Providência, inspirado no conto homónimo de Sophia, e conta ainda com as exibições dos filmes “Correspondências”, de Rita Azevedo Gomes, inspirado nas cartas trocadas entre Sophia e Jorge de Sena, durante os anos de exílio deste último, e “Os Salteadores”, baseado no conto de Jorge Sena.

No sul do país, em Albufeira, na Biblioteca Municipal Lídia Jorge, o ator Luís Marreiros irá apresentar o seu mais recente trabalho, a peça de teatro "A Voz Humana", de Jean Cocteau, que se centra numa mulher sozinha em palco, que fala ao telefone com o seu (invisível e inaudível) amante perdido, que a deixou para casar com outra mulher.

O Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor é uma iniciativa internacional da UNESCO e celebrou-se pela primeira vez em 1996, para promover o livro e leitura como ferramentas de inclusão e de formação cívica. Assinala ainda a morte do autor espanhol Miguel de Cervantes e do dramaturgo inglês William Shakeaspeare, a 22 e 23 de abril de 1616, respetivamente.

Há uma semana, no passado dia 15 de abril, o Conselho da União Europeia (UE) deu "luz verde" à regulação de direitos de autor, com responsabilidades acrescidas das plataformas, prevendo-se agora que as novas regras entrem em vigor dentro de um ano.

“As novas regras garantem uma proteção adequada aos autores e artistas, ao mesmo tempo que criam novas possibilidades de acesso e partilha de conteúdos protegidos por direitos de autor em toda a União”, salientou a presidência romena da UE, quando da aprovação da diretiva, um dos passos finais para a lei entrar em vigor.

De acordo com o texto final, as ‘gigantes’ tecnológicas (como o YouTube ou o Facebook) passam a ser responsáveis pelos conteúdos carregados pelos utilizadores, devendo celebrar acordos de concessão de licenças com os titulares de direitos e disponibilizar mecanismos de reclamação.

Isto significa que todas as grandes plataformas são obrigadas a instalar um sistema para controlar o material que é carregado pelos utilizadores, sem afetar as chamadas "utilizações legítimas”.

De acordo com o artigo 17.º, têm obrigações mais ligeiras as plataformas que tenham um volume de negócios anual abaixo dos dez milhões de euros, menos de cinco milhões de visitantes por mês e estejam ‘online’ há menos de três anos.

O artigo 15.º da diretiva passou também a excluir do pagamento à imprensa a utilização de partes dos seus conteúdos para uso privado, como palavras ou frases curtas.

Segue-se agora a publicação do texto da diretiva no Jornal Oficial da UE e, depois, os países têm um ano para adotar as novas regras.