A edição de 2022 do Guia Michelin Espanha e Portugal, que distingue os melhores restaurantes ibéricos, realizou-se esta noite, numa gala no auditório do Palau des Arts Reina Sofía, na cidade espanhola de Valência, numa gala de sustentabilidade e do “reencontro”, após uma interrupção causada pela Covid-19 e que pode rever aqui.

Os restaurantes portugueses A Ver Tavira, de Luís Brito; Al Sud, em Lagos, de Louis Anjos; Cura, em Lisboa, de Pedro Pena Bastos; o Esporão, em Reguengos de Monsaraz, de Carlos Teixeira; Vila Foz, no Porto, de Arnaldo Azevedo foram distinguidos com uma estrela Michelin, que identifica uma ‘cozinha de grande nível, compensa parar’.

Além destas novidades, em 2022, Portugal mantém todas as distinções anteriores e continua a não ter nenhum restaurante com a classificação máxima (três estrelas, ‘uma cozinha única, justifica a viagem’).

O país passa assim a contar com sete restaurantes com duas estrelas (‘cozinha excelente, vale a pena o desvio’) e 26 com uma estrela Michelin.

Já em Espanha, quatro restaurantes subiram à segunda estrela, enquanto 27 receberam uma estrela. Mantêm-se os 11 restaurantes com três estrelas da edição anterior.

Por outro lado, dois restaurantes perderam as duas estrelas e 22 perderam a primeira. Os motivos vão desde a avaliação dos inspetores ao encerramento ou mudança de local.

Outra novidade deste guia é a entrada de Andorra, com um novo restaurante (“Ibaya”) com a primeira distinção.

No total, a seleção de 2022 do Guia Michelin ibérico inclui 1.362 restaurantes de Espanha, Portugal e Principado de Andorra, entre os quais 11 com três estrelas, 40 com duas estrelas e 211 com uma estrela.

Resultados que, para a Michelin, refletem “a vitalidade e o dinamismo do panorama gastronómico ibérico, que impressionou os inspetores”.

“Os nossos inspetores desfrutaram especialmente da preparação da seleção de 2022, pelo impulso gastronómico que vive atualmente a Península Ibérica, e que se confirma ano após ano. Em Portugal e Espanha, e apesar da complexa situação de 2021, surgiram muitos jovens talentos que defendem os seus inovadores e diversificados conceitos gastronómicos com personalidade”, afirmou o diretor internacional dos guias Michelin, Gwendal Poullennec.

As distinções reconhecem a qualidade da cozinha, com base em cinco critérios avaliados pelos inspetores, de forma anónima: qualidade dos produtos, domínio dos pontos de cozedura e das texturas, equilíbrio e harmonia dos sabores, personalidade da cozinha e regularidade.

Na categoria Bib Gourmand, que identifica restaurantes com uma “muito favorável relação qualidade-preço, com um menu completo por não mais que 35 euros”, foram escolhidos dois portugueses: “Arkhe” (Lisboa) e “Xtoria” (Setúbal).

Assim, Portugal contabiliza 36 restaurantes nesta categoria, enquanto Espanha tem 247 (41 novos) e Andorra um, num total de 284 no guia ibérico.

Portugal conquistou também esta noite as primeiras ‘estrelas verdes’, com a sua atribuição ao restaurante Esporão - que também recebem uma 'estrela' - e Il Gallo D'Oro, no Funchal, de Benoît Sinthon.

A 'estrela verde', concedida pelo segundo ano, reconhece restaurantes e 'chefs' que estão particularmente empenhados em defender o ambiente e distingue restaurantes “cujo destacado compromisso com a gastronomia sustentável, combinado com uma forte identidade culinária, cria experiências gastronómicas especialmente inspiradoras para os gourmets”.

Em Espanha, há seis novos restaurantes com esta distinção. No total, a Península Ibérica contabiliza 29 estabelecimentos que receberam uma ‘estrela verde’.

O tema da sustentabilidade foi um dos destaques da noite. Foram adotadas medidas para reduzir o impacto ambiental do evento, como uma maior aposta nos suportes digitais, a preferência pelo comboio nas deslocações da organização e dos convidados ou o uso de elementos recicláveis.

Além de manter a transmissão ‘online’, a organização disponibilizou conteúdos audiovisuais, em formato de série, denominada “Mediterrâneo, Terra de Estrelas”, cujos protagonistas serão os produtos, os produtores e os restaurantes da Comunidade Valenciana.

Na cerimónia de hoje, uma equipa de nove ‘chefs’ da Comunidade Valenciana vai assegurar o jantar, sob o comando de Quique Dacosta (três estrelas Michelin no restaurante com o seu nome, em Dénia).

Lista dos restaurantes com estrelas Michelin em Portugal:

Duas estrelas:

Alma (Lisboa, chef Henrique Sá Pessoa)
Belcanto (Lisboa, chef José Avillez)
Casa de Chá da Boa Nova (Leça da Palmeira, chef Rui Paula)
Il Gallo d'Oro (Funchal, chef Benoît Sinthon)
Ocean (Alporchinhos, chef Hans Neuner)
The Yeatman (Vila Nova de Gaia, chef Ricardo Costa)
Vila Joya (Albufeira, chef Dieter Koschina)

Uma estrela:

100 Maneiras (Lisboa, chef Ljubomir Stanisic)
A Cozinha (Guimarães, chef António Loureiro)
Antiqvvm (Porto, chef Vítor Matos)
Al Sud (Lagos, chef Louis Anjos) – novidade
A Ver Tavira (Tavira, chef Luís Brito) - novidade
Bon Bon (Carvoeiro, chef José Lopes)
CURA (Lisboa, chef Pedro Pena Bastos) - novidade
Eleven (Lisboa, chef Joachim Koerper)
Eneko Lisboa (Lisboa, chef Eneko Atxa e Lucas Bernardes)
Epur (Lisboa, chef Vincent Farges)
Esporão (Reguengos de Monsaraz, chef Carlos Teixeira) - novidade
Feitoria (Lisboa, chef João Rodrigues)
Fifty Seconds by Martín Berasategui (Lisboa, chef Filipe Carvalho)
Fortaleza do Guincho (Cascais, chef Gil Fernandes)
G Pousada (Bragança, chef Óscar Gonçalves)
Gusto by Heinz Beck (Almancil, chef Libório Buonocore)
LAB by Sergi Arola (Sintra, chef Sergi Arola e Vladimir Veiga)
Largo do Paço (Amarante, chef Tiago Bonito)
Loco (Lisboa, chef Alexandre Silva)
Mesa de Lemos (Viseu, chef Diogo Rocha)
Midori (Sintra, chef Pedro Almeida)
Pedro Lemos (Porto, chef Pedro Lemos)
Vila Foz (Porto, chef Arnaldo Azevedo) - novidade
Vista (Portimão, chef João Oliveira)
Vistas (Vila Nova de Cacela, chef Rui Silvestre)
William (Funchal, chef Luís Pestana)

Como é que decorre o processo?

A Michelin lança todos os anos um guia no qual distingue os restaurantes que os inspetores, de forma anónima, avaliam como os melhores, atribuindo uma, duas ou três estrelas.

No sistema de medições do Guia Michelin, uma estrela significa que um restaurante tem “cozinha de grande nível, compensa parar”. Já duas estrelas significam que o espaço "vale a pena o desvio" e que tem “cozinha excecional". Já a distinção máxima de três só é dada aos que têm “cozinha única", sendo que esta "justifica a viagem”.

As distinções reconhecem a qualidade da cozinha, com base em cinco critérios: qualidade dos produtos, domínio dos pontos de cozinha e das texturas, equilíbrio e harmonia dos sabores, personalidade da cozinha e regularidade.