“Eu quis fazer uma coisa mais irreverente, quis sair um bocado do registo que as pessoas me conhecem, do preto e branco, e que me associaram a vida toda”, declarou Miguel Vieira na sexta-feira à Lusa, antes de apresentar a sua nova coleção primavera/verão 2019.
Com inspiração no movimento artístico ‘Pop art’, Miguel Vieira assume que usou “muitas cores” neste novo trabalho, designadamente cores primárias, como o “amarelo, vermelho, mas também o azulão”.
Na passarela, os logos, o ‘lettering’ e menções à marca Miguel Vieira eram recorrentes, uma tendência que está a acontecer “muito com as grandes marcas internacionais”, observou, justificando esta sua aposta.
A coleção, que estreou na semana da moda de Milão (Itália), está a ter “resultados ótimos”, assumiu Miguel Vieira, justificando com a pontuação de 81 por cento que teve no sítio na internet ‘The Impression’ que atribui pontuação em todos os desfiles mundiais, desde Nova Iorque até Paris e Milão.
“A minha coleção teve 81%, que foi uma pontuação muito boa e que ficou à frente de grandes marcas internacionais como a Dolce & Gabbana. Foi muito bom, fiquei muito contente e acho que para Portugal também foi muito bom, para o Portugal Fashion e para a moda portuguesa também”, declarou.
A estreia de Ana Teixeira Sousa e da sua marca Sophia Kah arrancou aplausos da plateia.
As suas peças, feitas à mão no Porto, no local onde cresceu, elevaram os vestidos com bordados regionais com acabamento da emblemática renda da marca ao patamar do sonho e do romântico.
Nos cerca de 20 coordenados, a maioria vestidos com plissados longos, reinaram as rendas, folhos, bordados, guipuras e sedas italianas a realçar as curvas naturais do corpo feminino.
Segundo explicou à Lusa a ‘designer’ Ana Teixeira Sousa, a sua inspiração foi as calçadas e as cores das fachadas das casas portuguesas.
A cor, desde o amarelo-torrado, passando pelo verde garrafa, verde mostarda, verde-limão e laranja queimado, mas também o preto e branco, foi outra constante na coleção da marca Sophia Kah.
Em declarações à Lusa, o ‘designer’ Diogo Miranda, que apresentou uma coleção inspirada no trabalho do fotógrafo Irving Penn, confessou que para a coleção primavera/verão 2019 deu mais atenção às suas clientes que lhe pediram mais cor para a estação quente e daí ter fugido quase do preto nesta sua nova coleção.
O segundo dia do Portugal Fashion abriu com a coleção de calçado da marca CF Ferreira, da apresentadora de televisão Cristina Ferreira, que, segundo a própria afirmou aos jornalistas no final do desfile em que participou, terminou “com sentimento de objetivo cumprido”.
Na estreia no Portugal Fashion da linha CF, Cristina Ferreira mostrou a sua nova linha designada por “made in Portugal” e a linha de calçado para noiva, que se fez acompanhar da coleção de praia com fatos de banho com inscrições como ‘princess’ ou ‘amor é amor’.
Carlos Gil apresentou a sua coleção com o tema ‘Aquarella’, uma técnica que sempre “apaixonou” o ‘designer’, e na qual predominaram as cores em tons fortes e cintilantes, bem como tecidos como seda, organza, crepe e lantejoulas.
Ao longo da tarde de sexta-feira, o Portugal Fashion contou ainda com a apresentação das coleções de Hugo Costa, que se estreou em 2016 na semana da moda masculina em Paris (França), e em que revelou a coleção ‘KINTSUKUROI’, de Maria Gambina, que regressou à passarela com “construção”, após cinco anos afastada, e Estelita Mendonça, Carlos Gil, Inês Torcato e David Catalán, entre outros.
A 43.ª edição do Portugal Fashion termina hoje na Alfândega do Porto, onde vão ainda ser apresentadas as coleções de primavera/verão de 2019 de Nuno Baltazar, Storytailors, Miguel Vieira, Pé de Chumbo, Luís Buchinho, Alves/Gonçalves, Luís Onofre e Katty Xiomara, entre outros.
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