Em comunicado, a Lovers & Lollypops anunciou hoje os nomes de Pop Dell'Arte, Yussef Dayes, Bitchin Bajas, Riding Pânico, entre outros, no que classificou como “a última parcela” do cartaz do festival que se vai realizar em Barcelos de 20 a 23 de julho.
Em entrevista à agência Lusa, o diretor artístico do festival, Márcio Laranjeira, mostrou-se convicto de que o evento é para continuar, mesmo que possa vir a sofrer alterações, como tem acontecido desde o começo: “O Milhões começou como itinerante [e manteve-se assim] até 2010, ano em que assentou - e muito bem - em Barcelos, mas a lógica do Milhões também é uma lógica de constante mutação”.
“Ao longo destes dez anos temos tido público regular, mas também temos tido renovação de públicos, gente nova, interessada e, a cada três ou quatro anos, vemos essa mudança. Acreditamos que conseguimos chegar a ser um festival que não é para os festivaleiros e acreditamos que esse público vai continuar a ter resposta da nossa parte”, afirmou o diretor artístico do festival.
Márcio Laranjeira disse que o festival começou “quase como uma brincadeira”, para realçar que nunca o tomaram como tal, mas sim "como uma vontade de fazer acontecer e, de repente, [tornou-se em algo] que ocupa o tempo todo e é o trabalho” da equipa que o constrói.
“Olhando para trás, nestes dez anos, só podemos tirar uma conclusão positiva, continuamos aqui, continuamos a fazer da forma que gostamos. Apesar de ter passado tanto tempo continuamos com a mesma energia e com a mesma vontade e a acreditar nas coisas como quando não havia o peso de ser o teu trabalho, de ser o que te paga a renda ao fim do mês”, disse Márcio Laranjeira.
Questionado sobre o que é que mudou nos dez anos em que fazem o Milhões de Festa, o responsável do festival sublinhou que há hoje “uma quantidade de festivais muito maior e uma quantidade de opções muito maior e uma quantidade de festivais especializados em certos de tipos de música muito maior”.
No entanto, a maior diferença de 2007 para hoje é “que existe cada vez mais um consumo do evento e menos um consumo da música”.
“Ou seja, é cada vez mais o evento que fala e não tanto a música em si. Acho que o maior reflexo é olharmos para os concertos de sala que acontecem durante o ano, principalmente na cidade do Porto. Se calhar em Lisboa felizmente não é tão marcante, mas no Porto nota-se bastante”, afirmou Márcio Laranjeira, antes de frisar que o cartaz do festival continua a ser aquilo em que mais investem.
Sobre a manutenção do festival em Barcelos, o diretor artístico recordou haver uma "ligação grande à cidade", sendo que tanto Laranjeira como o outro rosto da organização, Joaquim Durães, são originários de lá.
"Aquele espaço parece que foi feito para receber um festival, existe um conforto por estar na cidade que nos viu nascer, existe uma relação estética e de conceito com a própria cidade e com o Minho. Portanto, a nossa vontade é de lá ficar", disse o responsável.
Os passes gerais para o festival custam 55 euros, até à próxima segunda-feira, aumentando para 60 euros no dia seguinte. Os bilhetes diários custam 20 euros.
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