A mostra estará patente até 30 de setembro e espelha o “caráter diversificado das coleções” que Allen foi reunindo ao longo dos anos, nas viagens pelo mundo, em que conciliou o trabalho como negociante, com a paixão pela arte e pela atividade de colecionador.
O Museu Soares dos Reis aproveita os 170 anos da morte do mecenas para “concretizar um antigo projeto latente, de fazer uma exposição de homenagem ao fundador de um dos dois museus do Porto que, no século XIX, foram prenúncio de modernidade e ligaram o colecionismo e a proteção do património com a investigação e a educação”, aponta o MNSR em comunicado.
A mostra foi comissariada por Rui Morais e José Costa Reis, trabalhando com “a empenhada colaboração da família” do colecionador e de outras instituições que detêm coleções não depositadas no MNSR, a Câmara do Porto e a Misericórdia portuense.
Os comissários olharam para uma viagem a Itália de Allen, em 1826 e 1827, para espelhar no dispositivo expositivo “o percurso dessa viagem” e mostrar “a influência na abertura do museu na cidade, em 1837″.
Os vários tipos de obras e os muitos períodos artísticos presentes mostram o “ecletismo” do próprio Museu Allen, que acabou por encerrar algum tempo depois da morte do colecionador, em 1848, com a coleção a transitar entre vários espaços e a oscilar entre a abertura ao público e a conservação, sendo que o MNSR tem exposto várias peças do acervo confiado àquela instituição.
À margem da exposição será ainda publicado “um catálogo que se debruça sobre os temas das coleções que constituíam o Museu Allen”, então instalado na Rua da Restauração pelo negociante de vinho do Porto, tendo o edifício sido demolido em 1962.
Allen acabou por marcar a cidade do Porto através dos negócios, pelo papel enquanto colecionador e por ser, também, um dos membros fundadores da Associação Comercial do Porto e do Banco Comercial do Porto.
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