A exposição, organizada a partir da Coleção Fundación Mapfre, é comissariada por Carlos Gollonet e reúne, até 16 de fevereiro de 2025, no Centro Cultural de Cascais, trabalhos realizados entre 1974 e 2022.

As fotografias vão estar dispostas cronologicamente em núcleos temáticos, desde os retratos urbanos às séries mais intimistas, explorando a humanidade e a fragilidade humanas, segundo um comunicado da organização.

Em destaque vão estar “As Irmãs Brown”, 48 retratos captados anualmente entre 1975 e 2022, que simbolizam a passagem do tempo e a ligação entre a objetividade documental e a emoção pessoal, série exibida pela primeira vez na íntegra em Portugal.

Nixon é conhecido pelas suas fotografias em grande formato, que exigem proximidade e cooperação dos retratados, explorando temas como amor, sofrimento, memória e finitude, “sem estereótipos, enfatizando a conexão emocional”, segundo o texto da curadoria.

Além das séries urbanas de Boston e Nova Iorque, a exposição inclui retratos como “Idosos” e “Pessoas com Sida”, assim como imagens da sua própria família: “São trabalhos que capturam a intensidade emocional e física das relações humanas”, sublinha o mesmo texto.

Na série “Idosos” (1984), Nixon retrata residentes de lares e hospitais, revelando uma proximidade que aborda a finitude da vida, e em “Pessoas com Sida” (1988-1991), fotografou pacientes durante a crise do vírus, registando com empatia o impacto social e emocional da doença, num período marcado por preconceitos e medos.

Outros projetos incluem “Alpendres” (1977-1982), uma série que reflete sobre a transição entre espaço público e privado, e “Casais” (2000), sobre as relações humanas mais íntimas, incluindo a própria família.

A exposição apresenta ainda os primeiros trabalhos do fotógrafo, como as imagens urbanas captadas em Albuquerque, Novo México, e as séries “Vistas de Boston e Nova Iorque” (1974-1975), que o lançaram no panorama artístico internacional, com retratos urbanos.

Nos anos 2000, Nixon regressou às paisagens urbanas, mas continuou a explorar o retrato humano na última década, aprofundando o tema da vulnerabilidade, fragilidade e resiliência do ser humano.

Nicholas Nixon, nascido em Detroit, em 1947, estudou Literatura Americana e Fotografia, sendo reconhecido como um dos mais influentes fotógrafos contemporâneos. A sua obra foi exibida em instituições como o Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova Iorque, o Musée d’Art Moderne de Paris e a Fundación Mapfre de Madrid.