Ouça aqui a conversa com Nuno Markl na íntegra:

Apesar de “Taskmaster”, o programa que co-apresenta na RTP ao lado de Vasco Palmeirim, já ter conquistado parte dos portugueses e até ter conseguido ser líder de audiências no dia 2 de abril, Nuno Markl admite que os números não são a sua principal preocupação.

"Eu não estou nestas coisas pelas audiências. Não sei se tem a ver com a idade, mas eu nunca tive bem esse feitio. Há quem se preocupe com as audiências, e faz bem em preocupar-se com as audiências. Eu preocupo-me só com o gozo que as coisas me dão a fazer e em tentar fazê-las o melhor possível. E algumas das coisas que me trazem melhores memórias e que foram mais compensadoras em termos de trabalho foram coisas uma audiência por aí além."

Numa viagem nostálgica feita no podcast Acho Que Vais Gostar Disto, o humorista acaba mesmo por recordar alguns dos seus projetos que não tiveram assim tanto sucesso, como “Paraíso Filmes”, a sitcom portuguesa que escreveu e que foi transmitida na RTP entre 2001 e 2002. 

"As audiências eram tão baixas que a RTP foi atirando cada episódio, à medida que ia estreando, para mais tarde. Eu acho que houve um dos últimos que já foi para aí às 2 da manhã. Nós até fazíamos a piada 'Não tarda nada e aquilo vai estar de manhã'", confessa entre risos. "No entanto, tenho muito orgulho na "Paraíso Filmes". Tenho muito orgulho em coisas que não tiveram grandes audiências.".

Mas, em contraste, há outros que tão cedo não vão sair das bocas do mundo. É o caso da rubrica de rádio “O Homem Que Mordeu o Cão”, que o vai acompanhar “até à cova” ou de outros segmentos como “A Caderneta de Cromos”. Apesar de receber frequentemente pedidos para que esta última rubrica volte, confessa que não sabe como seria se fosse feita hoje em dia ou daqui a 20 anos.

“Iria ser mais difícil fazer uma caderneta de cromos sobre esta época. A razão pela qual a Caderneta de Cromos resultou  foi porque nos anos 70 e 80 havia menos coisas e a nossa dedicação a cada uma dessas coisas era tão intensa que era possível retirar muita coisa. (...) O grande problema em tentar fazer uma Caderneta de Cromos sobre esta era que estamos a viver é que nós somos bombardeados com tanta coisa que é impossível nós darmos conta de todo o recado. Há demasiado entretenimento a acontecer.” 

Já no caso de "Laboratolarilolela", segmento que apresentava na Antena 3 no início dos anos 2000 e onde dava a conhecer e analisava alguns “hits obscuros” da música popular portuguesa, considera que, ainda hoje, dá por si a pensar em como poderia voltar a fazê-lo. 

O episódio do podcast Acho Que Vais Gostar Disto está disponível na íntegra nas plataformas habituais.