“O preço da desonra” é “um verdadeiro tratado do que são as histórias de samurais”, escreve a editora A Seita a propósito do livro de Hiroshi Hirata, publicado originalmente entre 1971 e 1973.
A edição portuguesa, com quase 400 páginas, reúne as sete histórias protagonizadas por Hanshiro, um cobrador de dívidas que “funciona como um observador imparcial, mas sensível, da verdadeira realidade da vida dos samurais”, lê-se na nota de imprensa.
A narrativa é ambientada no período Edo da história do Japão, entre os séculos XVII e XIX, que o artista Hiroshi Hirata desenhou de forma realista e detalhada, inscrevendo “O preço da desonra” na categoria da BD japonesa mais adulta e dramática, designada ‘gekiga’.
Hiroshi Hirata, que morreu no final de 2021 aos 84 anos, publicou as primeiras bandas desenhadas aos 21 anos e especializou-se em narrativas históricas do período Edo, abordando a vida dos samurais e os seus rígidos códigos de honra.
Na página oficial, a biografia refere que manteve aquele interesse de forma obsessiva ao longo da vida, com demoradas pesquisas históricas, e raramente recorria a desenhadores assistentes para produzir as páginas de desenho.
Embora nos anos 1990 tenha experimentado técnicas de desenho computacional, Hiroshi Hirata concluiu que o 'software' de desenho digital tinha limitações, e desenhou sobretudo à mão, em papel.
Fora do Japão, um dos mais conhecidos títulos de Hiroshi Hirata é a série de banda desenhada “Satsuma Gishiden”.
Em França, onde estão publicados vários títulos, o Festival de Banda Desenhada de Angoulême atribuiu-lhe um prémio de carreira em 2009.
Em 2013, recebeu um prémio de carreira atribuído pelo governo japonês.
“O preço da desonra” é publicado pela editora de BD A Seita na coleção "Ikigai", criada em 2022 apenas para publicação de manga (designação genérica de banda desenhada japonesa).
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