Várias empresas marítimo-turísticas estão instaladas na vila do Pinhão, concelho de Alijó, distrito de Vila Real. As embarcações atracadas no cais, desde veleiros a barcos rabelo, esperam pelos turistas que, nos anos anteriores, invadiam este território provenientes dos mais diferentes países.

Na segunda-feira, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) informou o restabelecimento da atividade marítimo-turística na Via Navegável do Douro (VND), ressalvando que esta deve cumprir as recomendações emanadas pelas autoridades de saúde.

Na terça-feira, a Magnífico Douro teve os primeiros dois clientes após a pandemia.

“Muito reduzido, não tem nada a ver com os anos anteriores, temos tido um passeio de barco por dia e são sempre casais ou famílias. A parte do distanciamento social está automaticamente assegurada”, afirmou Rui Ferreira, que trabalha naquela empresa.

A agência Lusa abordou uma família que fez um passeio de uma hora pelo rio Douro num barco rabelo.

“Viemos passar quatro dias ao Douro. A viagem de barco foi ótima, fomos só nós, só a nossa família, foi muito bom”, disse Fernanda Pires.

São brasileiros, vivem no Porto há dois anos e procuraram o Douro que já conhecem bem por causa do calor e pela segurança que inspira.

“Por enquanto está tudo muito organizado, não assusta. Tem lugares com muita gente e aí nos retraímos”, acrescentou Maria Amélia Pires, também da mesma família.

Rui Ferreira acredita que “aos poucos o movimento vai começar a crescer”, no entanto ressalvou que a maior parte do negócio era feita com turistas internacionais.

“Não esperamos ter os números do ano passado, mas acreditamos que já vai dar para trabalhar”, salientou.

Segundo dados da APDL, em 2019 a Via Navegável do Douro atingiu os 1.644.937 passageiros, com uma taxa de crescimento de 26,92% .

A maioria dos passageiros optou pelos cruzeiros na mesma albufeira (81%), seguindo-se os cruzeiros de um dia, os barcos hotel e as embarcações de recreio.

Em 2019, contabilizaram-se 85 operadores (77 em 2018 e 61 em 2017), 186 embarcações e uma capacidade total de 11.007 passageiros.

Enquanto se aguardava pela reativação da atividade, foram sendo preparados os procedimentos de segurança agora obrigatórios, como as máscaras, o álcool gel e os produtos para a desinfeção que é feita após cada viagem.

A Companhia Turística do Douro arrancou no sábado. “Felizmente já temos algumas reservas, não são muitas, comparando com o ano passado não tem nada a ver, mas as pessoas começam a vir aos pouquinhos. A partir do momento em que souberam que íamos reabrir já caíram algumas reservas”, afirmou à Lusa Vânia Ramos.

A quebra de clientes “está a ser muito grande este ano”, mas, para esta responsável, “continuar parados é que já não dava mais”.

“Mais vale trabalharmos com o público daqui, aos poucos vão reabrindo os aeroportos e penso que vai haver uma maior procura principalmente na época das vindimas”, frisou.

Com a reativação da atividade, a empresa vai retirando os treze funcionários do ‘lay-off’, tendo decidido manter as mesmas tarifas até 2021.

A maior embarcação da Companhia tem capacidade para 60 passageiros, mas a bordo, agora, só poderão seguir 40. Com saídas regulares, são feitos passeios de uma hora e de duas horas.

“Temos algumas marcações para a próxima semana, poucas. Está a começar timidamente, mas está a arrancar”, afirmou Paulo Mesquita, da Ânima Durius.

Esta empresa de animação turística só faz passeios privados para famílias ou pequenos grupos de amigos, pelo que, segundo o responsável, “o risco de contacto é muito menor”.

“Temos vindo gradualmente a aumentar e a crescer ao longo dos anos e prevíamos para 2020 um excelente ano, talvez o melhor de todos”, sublinhou Paulo Mesquita.

António Pinto, da Douro à Vela, está preparado para arrancar e a aguardar os clientes. “O nosso mercado efetivamente é o internacional, projetamos o negócio nesse sentido, trabalhamos para quem vem fazer férias a Portugal e visita o Douro”, afirmou.

As suas embarcações estão atracadas mais abaixo no rio, no Cais da Folgosa.

“As nossas energias estão já a apontar para 2021. Estamos atentos à evolução da pandemia e a esperar que não haja uma segunda vaga até ao final do ano porque, a acontecer, 2020 seria um ano menos dois. É preocupante”, salientou.

Portugal, que se encontra em situação de calamidade devido à pandemia, depois do estado de emergência, está a concretizar um plano faseado de desconfinamento e de reativação da economia.

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