Dos 16 compositores participantes, 14 foram convidados pela RTP e os outros dois escolhidos através de dois concursos: Cláudio Frank via o programa Masterclass da Antena 1, aberto a quem não tenha até aqui música editada, e Dubio feat. +351 “através de um concurso de livre submissão pública”.

Como noutras edições, os compositores escolheram convidar um intérprete ou dar voz ao seu próprio tema — o caso dos Blasted, de Cláudio Frank, de Dubio feat. +351, de Elisa Rodrigues, de Filipe Sambado, de Jimmy P, dos MEERA e dos Throes + The Shine. Do leque de 16 canções, muito marcadas por ritmos urbanos e lusófonos, apenas uma não é cantada em português — "Rebellion", dos Blasted.

Desde 15 de fevereiro que todos os temas a concurso estão disponíveis no canal de YouTube do Festival da Canção e no site da RTP; os vídeos incluem as letras das canções.

Divididos pelas duas semifinais, eis todos os intérpretes, tema a tema.

Festival da Canção

 1.ª SEMIFINAL - 22 de fevereiro

 “Copo de Gin” – MEERA 
Os MEERA são um trio de pop eletrónica formado no Porto e composto por Cecília Costa, Jonny Abbey e Goldmatique. Em 2019, lançaram o EP "Think Straight”. “Copo de Gin”, tema que trazem ao festival, tem letra assinada pelos próprios conjuntamente com Isaura e João Bota.

”Gerbera Amarela do Sul” – Filipe Sambado 
Filipe Sambado é um cantautor natural de Lisboa. Parte integrante das bandas Cochaise, Chibazqui e Jasmim, o músico notabilizou-se a solo, tendo lançado este ano o seu terceiro álbum, "Revezo", do qual também faz parte o tema que traz ao Festival. Em entrevista ao SAPO24, confessou que apesar deste não ser um formato "confortável", decidiu lá “ir meter um grãozinho de areia na engrenagem”.

 “O Dia de Amanhã” – Ian Mucznik
Nascido em Paris, Ian Mucznik é um cantor e multiinstrumentista. Fundador da banda Los Tomatos, o artista fez ainda parte de projetos como Prince Wadada e Mois Non Plus. Em 2017, participou no Festival da Canção enquanto membro do Real Combo Lisbonense. Ian traz ao festival um tema da autoria de João Cabrita.

“Passe-Partout” – Bárbara Tinoco
Bárbara Tinoco é uma cantautora lisboeta. Ainda sem álbuns editados, a artista popularizou-se com o tema “Antes Dela Dizer Que Sim”, que levou ao concurso televisivo “The Voice”, em 2018. É uma das artistas do momento, com concertos nos principais festivais de verão e um Coliseu de Lisboa marcado para 2021. Ao Festival traz um tema de Tiago Nacarato cujo vídeo de apresentação, partilhado pela RTP no YouTube, conta já com mais de 500 mil visualizações.

“Rebellion” – Blasted Mechanism
Coletivo formado em Lisboa nos anos 90, os Blasted Mechanism são uma banda de world music caracterizada pela sua apresentação teatral em espetáculos ao vivo, com uma estética alienígena. Após um período de paragem, regressaram em 2018 com um novo alinhamento. "Rebellion" é talvez o tema mais eurovisivo do grupo das canções desta edição.

“Medo de Sentir” – Elisa
Elisa é uma cantora natural da Madeira. O seu percurso iniciou-se a cantar em festivais regionais e desembocou no estudo de música jazz no Conservatório da Madeira. Ainda a estudar música como formação superior, a cantora encontra-se prestes a lançar o seu primeiro álbum. "Medo de Sentir" é assinado por Marta Carvalho e é um dos mais ouvidos, da lista, no Spotify.

“Agora” – JJaZZ
JJaZZ é a designação com a qual Joana Morais e Zeca Pregal da Cunha se vão apresentar no festival. A cantora estudou Canto, viveu no Rio de Janeiro e gravou um dueto com Pedro Abrunhosa. Já o seu parceiro é filho de Rui Pregal da Cunha, compositor do tema "Agora", e estuda na Academia de Amadores de Música.

“Movimento” – Throes + The Shine
Os Throes + The Shine são uma banda proveniente do Porto, misturando rock com kuduro. Após várias mudanças de formação, o coletivo é composto neste momento por Igor Domingues, Marco Castro e Mob Dedaldino. 2019 é a data do seu último lançamento, “Enza”. Ao Festival trazem "Movimento", um tema que faz jus ao título.

2.ª SEMIFINAL - 29 de fevereiro

“Dói-me o País” - Luiz Caracol e Gus Liberdade

Dupla a apresentar-se nesta edição, Luiz Caracol já colaborou com artistas como Sara Tavares, Tito Paris, Jorge Palma e Pierre Aderne, estando prestes a editar o seu terceiro álbum, “só.tão”. Já Gus Liberdade foi concorrente nos Festivais Júnior da Canção em 2006 e 2007 e participou em bandas como Legacy of Cynthia e 5Watts, trabalhou como produtor e fez sonoplastia. António Avelar de Pinho, 72 anos, autor do tema “Dói-me o país”, já participou várias vezes no concurso, tendo sido responsável pela canção vencedora em 1981 (“Bem bom”, interpretada pelas Doce).

“Quero-te Abraçar” - Cláudio Frank
Cláudio Frank é um cantor angolano nascido em Luanda e que há uma década que vive em Portugal. A sua participação nesta edição do Festival foi propiciada pelo programa “Masterclass” da Antena 1 e da Sociedade Portuguesa de Autores, tendo sido o eleito para ingressar o lote de concorrentes.

“Diz Só” - Kady
Nascida na cidade da Praia, em Cabo Verde, Kady é filha de Terezinha Araújo, fundadora e vocalista do grupo Simentera. Crescida junto de realeza da música cabo-verdiana, a artista integrou a banda “Os Blende” e estudou na Weslyan University no Berklee College of Music, nos EUA. No currículo tem “Kaminho”, editado em 2015. "Diz Só" tem a assinatura de uma dupla de peso: Dino D'Santiago e Kalaf Epalanga.

“Cegueira” - Dubio feat. +351
Os Dubio são um duo de Fafe de pop eletrónica, composto por Rui Gira e Pedro Azevedo, que também atuam como uma dupla de DJs chamada Noise Kingdom. A colaborar com eles estão os +351, grupo portuense que tem como membros Hugo Azevedo, Duarte Gandarela Teixeira e Margarida Almeida

“Não Voltes Mais” - Elisa Rodrigues
Uma das mais recentes vozes do Jazz nacional, Elisa Rodrigues tem já um currículo invejável na sua curta carreira, tendo sido convidada pela banda These New Puritans para uma colaboração, que também resultou numa tour mundial. “Heart Mouth Dialogues”, de 2011, deu-a a conhecer ao mundo e “As Blue As Red”, em 2018, confirmou-a enquanto novo valor da música nacional.

“Cubismo Enviesado” - Judas
Natural de Luanda, André Miguel Godinho, que dá pelo nome artístico de Judas, passou boa parte da infância já em Portugal. Tendo estudado teatro, o cantor trabalhou como modelo e foi ao gravar num estúdio caseiro de um familiar que lançou em 2018 um EP, chamado “Primogénito”. A canção que traz ao Festival tem autoria de Hélio Morais, dos Linda Martini — ele que se estreia a solo em 2020 com "Murais", a editar em abril.

“Abensonhado” - Jimmy P
Nascido Joel Plácido, mas conhecido por Jimmy P, o rapper é uma das faces mais conhecidas do hip-hop nacional. Barreiro, Paris e Porto são alguns dos locais onde já morou. O artista fez parte dos Crewcial, mas foi a solo que se destacou. “Abesonhado”, editado, é o seu quarto álbum. Jimmy P é autor, intérprete e compositor do tema. À Lusa o músico salientou ser o primeiro a apresentar “um rap do principio ao fim e não um tema mais cantado”.

“Mais Real Que O Amor” - Tomás Luzia
Tomás Luzia é um cantor natural da Amadora, filho de Fernando Araújo, conhecido como Yami Aloelela, que participou no Festival da Canção 1992 no grupo Safari. Apesar de ainda estar a terminar o ensino secundário, o artista já fez formação musical na Escola de Música da Nossa Senhora do Cabo, aprendendo também a tocar saxofone. "Mais Real que o Amor" tem música do guitarrista Pedro Jóia.

O que muda nesta edição?

Em cada semifinal, oito canções serão sujeitas à votação do público e de um júri. As votações terão um peso de 50/50, e para a final seguirão apenas quatro canções.

Ainda que o sistema de votação se mantenha — o voto do júri representar 50% da pontuação, e o voto do público os restantes 50% — os finalistas serão este ano anunciados numa ordem aleatória. À semelhança do que acontece na Eurovisão, explica a RTP, o Festival manter o suspense no ar durante as semifinais e revelar apenas as apenas canções mais votadas e que ficam apuradas para a final.

As pontuações individuais que as canções obtiverem, tanto no voto do júri como no voto do público, apenas serão reveladas depois da grande final no 'site' do Festival da Canção.

Nas semifinais, o júri será representado por sete nomes (que enumeramos abaixo). Na grande final, as votações serão associadas a sete regiões diferenciadas, contando com Portugal Continental e Ilhas, e apresentadas por um porta-voz de um corpo de jurados convidados, em representação de cada uma delas. Em caso de empate, nas semifinais prevalece o voto do júri e na grande final prevalece o voto do público.

Quem são os jurados?

Sete personalidades do panorama musical português vão avaliar as canções das semifinais da edição de 2020 do Festival da Canção. São eles Anabela, Capicua, Conan Osiris, Héber Marques, Isilda Sanches, Miguel Ângelo e Rui Miguel Abreu.

Dos sete elementos, cinco participaram em edições passadas do festival: Anabela, que venceu o Festival da Canção em 1993; Conan Osíris, que venceu a edição de 2019; Miguel Ângelo, primeiro em 1985, com os Delfins, depois, em 2018, como compositor; Capicua, que participou como compositora em 2018; e Héber Marques, que foi compositor nas edições de 2015 e 2017.

A radialista Isilda Sanches, que integra atualmente equipa da Antena 3, e Rui Miguel Abreu, jornalista da Blitz e da webzine Rimas e Batidas, fecham a lista.

A primeira semifinal será apresentada por Jorge Gabriel e Tânia Ribas de Oliveira e, a segunda, por José Carlos Malato e Sónia Araújo. Já a green room, onde os candidatos acompanham as restantes atuações, voltará a estar a cargo de Inês Lopes da Silva.

A grande final, agendada para 7 de março, terá lugar no Coliseu Rondão Almeida, em Elvas. A cidade alentejana sucede a Guimarães e a Portimão, que acolheram a final do concurso em 2018 e 2019, respetivamente.

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