Com algumas propostas grátis, outras de entrada paga e tendo ainda disponível um passe-geral para acesso a todas as performances, o evento vai ocupar diferentes espaços do Centro de Artes de Ovar e da Escola de Artes e Ofícios, integrando no respetivo programa também uma oficina e uma sessão de música comentada.
Para Domingos Silva, presidente da autarquia, o objetivo é garantir a “todos os públicos” diferentes opções de usufruto do jazz, enquanto género musical que se presta tanto a ambientes formais como a cenários mais intimistas ou descontraídos.
“O ‘Ovar em Jazz’ é uma aposta consolidada do Município, sendo já um dos palcos nacionais de excelência desse género musical e um dos poucos fora dos grandes centros urbanos”, defende o autarca socialista.
“Fruto da aposta que fazemos numa programação com artistas conceituados a nível nacional e internacional, a adesão do público tem vindo a aumentar, mas é nosso objetivo continuar a crescer e alcançar novos espectadores, mantendo a vertente de partilha do evento, com iniciativas informais como os concertos gratuitos e o ‘workshop’ de experimentação”, realça.
O cartaz de 2024 aposta assim em músicos de Portugal, do Brasil e de Espanha, estando o primeiro concerto marcado para 17 de abril, com o Mário Costa Quarteto, que a organização do festival classifica como “um elenco internacional de luxo” para apresentação de “Chromosome”, o novo álbum do baterista e compositor que dá nome ao coletivo.
No dia seguinte o foco recai sobre os LUME – Lisbon Underground Music Ensemble, projeto que, criado e dirigido pelo pianista Marco Barroso, terá em palco 15 instrumentistas de jazz e erudita, combinando o registo das ‘big bands’ com reinterpretações e algum experimental.
Segue-se, um dia depois, o espanhol Abe Rábade, com o seu disco “Botánica”, inspirado por passeios na floresta nos períodos de confinamento ditados pela covid-19. O concerto do pianista e compositor cruzará assim jazz, folclore galego e música de câmara, com recurso a um “coletivo artístico heterogéneo” composto por oito músicos e um bailarino.
Depois desse concerto, na mesma noite, o protagonismo recairá sobre Mané Fernandes, guitarrista e improvisador radicado no Porto e em Copenhaga. Em Ovar apresentará o seu primeiro trabalho como compositor, “Enter the squigg”, que aplica hip-hop e eletrónica a melodias da tradição afro-americana.
As três restantes propostas do festival são todas a 20 de abril, começando pelo concerto do pianista brasileiro Amaro Freitas, que a organização do evento aponta como “um dos nomes do Jazz com maior reconhecimento internacional”. Na sua digressão europeia, leva a Ovar o disco “Y’Y”, anunciado como uma homenagem à floresta amazónica e aos rios do Norte do Brasil, numa “experiência musical e emocional única”.
A performance seguinte é do coletivo R’B & MR. SC, que se define como “um ensemble de baixa frequência” por explorar sobretudo instrumentos de metais graves. Todos os seus temas são originais, envolvendo o que o grupo descreve como “cocktails de ‘groove’ servidos sem complexos”.
O “Ovar em Jazz” termina depois com o projeto “Discoslagens”, em que o DJ João Palavra, produtor no próprio Centro de Arte de Ovar, apresenta ao público uma seleção de temas com que diz procurar constituir um mapa-mundo sonoro “ora relaxante, ora bailante, de música sem preconceitos e recheada de amor”.
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