O subdiretor-geral do Património Cultural David Santos, que falava na cerimónia de assinatura do protocolo, no Palácio Nacional da Ajuda, disse que, “sem acarretar quaisquer custos, a parceria com a Google Culture & Arts é um imenso investimento”.

Segundo o responsável, esta parceria “vai posicionar as coleções [artísticas e patrimoniais] nacionais numa plataforma ‘online’ que, metaforicamente falando, constitui o maior museu a céu aberto da História da Humanidade”.

Numa primeira fase serão disponibilizados 'online' os acervos de sete museus nacionais - museus de Arqueologia, Arte Antiga, Arte Contemporânea-Museu do Chiado, Traje, Teatro e Dança, Azulejo e Coches - , que passam a estar integrados num "fascinante roteiro cultural, que engloba mais de mil museus e monumentos”, entre os quais o Palácio de Versalhes, em França, o Museu Britânico, em Londres, e o Museu de Arte Moderna (MoMa), em Nova Iorque, recordou David Santos.

Até ao final de 2018, a plataforma irá incluir todos os palácios, museus e monumentos nacionais, adiantou.

“As peças das coleções serão disponibilizadas em imagens de alta resolução, e é um espécie de montra gigante, intemporal e omnipresente, que se oferece às valiosas e riquíssimas coleções nacionais, como um motivo de orgulho de todos os portugueses, e fator estruturante de uma identidade em que todos nos revemos”.

“No futuro que está hoje a ser criado, a contemplação das coleções e o acesso às histórias das culturas humanas, passa a ser, exatamente, o que deve ser, o que está certo que seja, isto é um direito universal”, declarou.

Matt Brittin, responsável da Google Culture & Arts para a Europa, Médio Oriente e África, no seu discurso, afirmou que, para esta plataforma, a questão que se coloca é como a cultura se encontra com a arte.

Segundo Brittin, a “Google Culture & Arts é uma aplicação da missão da Google de tornar útil e acessível a todos a Cultura, que é uma informação tão importante, no nosso mundo, como a Ciência, as Notícias ou a Geografia”.

A ideia é “trazer a Cultura a todos”, argumentou o responsável, referindo que a Google cede a tecnologia e, as instituições, os especialistas e as suas coleções.

Segundo Matt Brittin, são as instituições quem “controla o que é feito e como pode ser usado, podendo criar novas coleções, como nunca foi possível até agora”.

A tecnologia usada, precisou, irá permitir ao utilizador “notar a pincelada do mestre numa tela".

O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, por seu turno, disse que “o acordo que agora se assina com a Google não pretende substituir-se ao trabalho de digitalização de conteúdos patrimoniais e de coleções museológicas que as instituições têm vindo a desenvolver, e que constitui um trabalho técnico do âmbito da museologia e do património, que será sempre realizado por técnicos destas áreas”.

“Esta parceria que hoje se estabelece com a Google, que já teve uma primeira experiência com o Museu do Traje, permite utilizar tecnologias de vanguarda para disponibilizar em alta resolução as imagens das peças das coleções de sete museus”, disse Luís Filipe Castro Mendes.

Para Castro Mendes, “esta parceria vai contribuir para uma maior qualidade e atratividade das imagens que são divulgadas e disponibilizadas ao público, evitando a reprodução sucessiva de conteúdos de má qualidade que transmitem uma imagem menos boa das instituições e do nosso património, estimulando assim [pela qualidade] o desejo de o conhecer e o visitar”.

“Estamos assim num momento de ‘abertura ao mundo’, e a um mundo e a um público de milhões, que será chamado e atraído a conhecer todos estes bens culturais, agora acessíveis na rede”, rematou o ministro.

Para David Santos é algo “desafiante que toca todas as estruturas do património”.

O protocolo entre a DGPC e a Google Culture & Arts foi assinado hoje à tarde, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.